B3 registra a maior entrada mensal de capital estrangeiro em junho, de R$ 13,5 bilhões

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São Paulo – A B3 informou que o fluxo mensal de capital estrangeiro foi o mais forte até agora em 2023, com um fluxo positivo de R$ 13,5 bilhões de capital estrangeiro em junho para ações brasileiras. No acumulado do ano, o saldo é positivo em R$ 21,3 bilhões, porém bem abaixo do fluxo visto em 2022.

No mês passado, os ativos brasileiros tiveram forte rali, com melhora no cenário macro doméstico. O cenário tem se tornado mais positivo no Brasil com melhores perspectivas econômicas redução do risco fiscal; e expectativas de um corte na taxa Selic em breve.

“Se o cenário continuar a melhorar, vemos potencial para um fluxo positivo mais forte de capital estrangeiro na segunda metade de 2023, dando suporte pra Bolsa”, comentam Fernando Ferreira, estrategista chefe e head do Research da XP e Jennie Li, estrategista de ações da XP, em relatório sobre os dados da B3 em junho.

Os investidores domésticos voltaram a serem vendedores. No mês passado, foi observado maior fluxo negativo mensal do ano de investidores institucionais locais, negativo em R$ 9,6 bilhões.

A B3 informa que os principais investidores na bolsa são investidores estrangeiros (53,7%), instituições (28,4%) e pessoas físicas (13,8%). Juntos, eles representam 95,9% dos participantes do mercado.

Em junho, a captação em fundos foi negativa. Fundos de ações tiveram o menor fluxo negativo mensal quando comparado aos fundos de renda fixa e multimercado, em -R$ 6,1 bilhões. Os fundos multimercado tiveram uma captação de -R$ 9,5 bilhões. Já os fundos de renda fixa tiveram a captação mais negativa dentre os três, em -R$ 41 bilhões.

Segundo a XP, os dados iniciais de julho têm sido mais positivos. “Quanto aos investidores PFs, continuamos a ver saída, mas no início de julho, a tendência tem sido mais otimista. Vemos um potencial retorno desses fluxos depois das pesquisas que fizemos com clientes mostrando uma melhora no sentimento pra tomada de risco”, comentam os analistas da XP.

Estoque de produtos de dívida corporativa cresce 33% no primeiro semestre

No primeiro semestre de 2023, a B3, bolsa do Brasil, registrou 33% de aumento no estoque de títulos de renda fixa corporativos, que são títulos emitidos por empresas que utilizam o mercado de capitais para captar recursos e financiar seus projetos.

O montante somou R$ 1,6 trilhão em estoque no mês de junho, com crescimento em todos os produtos. O valor inclui debêntures, Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Notas Comerciais (NC), e Cotas de Fundo de Investimento Fechado (CFF).

O estoque de debêntures alcançou R$ 893 bilhões em junho de 2023, o que representa aumento de 17% em relação a junho de 2022, ainda que se tenha notado uma menor emissão por conta de uma maior restrição ao crédito no primeiro semestre desse ano.

Com a manutenção das taxas de juros em um patamar mais elevado, a renda fixa se mantém uma alternativa interessante de investimento para compor a carteira do investidor, explica Fábio Zenaro, diretor de Produtos de Balcão e Novos Negócios da B3.

Os certificados de recebíveis imobiliário e do agronegócio registraram aumentos significativos. O estoque de CRIs alcançou R$ 197 bilhões, um aumento de 72% em comparação ao mesmo período de 2022, enquanto o estoque de CRAs chegou a R$ 111 bilhões, aumento de 46%.

As notas comerciais, títulos emitidos pelas empresas que representam promessa de pagamento pelo emissor, registraram crescimento de 90%. O estoque saltou de R$ 43 bilhões, em junho de 2022, para R$ 82 bilhões, em junho de 2023.

Já as Cotas de Fundos Fechados (CFF) tiveram aumento de 54%, com R$ 322 bilhões em estoque, em junho de 2023, contra R$ 207 bilhões no mesmo período do ano passado.