Após aceno da Febraban, BB e Caixa não devem deixar entidade

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São Paulo – O Banco do Brasil acabou de afirmar, por meio de nota enviada à imprensa, que não tem a intenção de sair da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), após rumores de que o banco e a Caixa Econômica Federal poderiam deixar a entidade por discordarem de manifesto a favor da harmonia entre os Poderes e da forma que foi conduzido pela federação.
Procurada pela Agência CMA, a Caixa Econômica Federal afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “o caso está encerrado e não tem mais nada a acrescentar”, também indicando que não deve sair da Febraban.
O manifesto, chamado de “A Praça é dos Três Poderes”, estava sendo articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e contava com a assinatura de diversas entidades representativas do setor produtivo e financeiro, mas teve a sua divulgação adiada.
Em nota, o Banco do Brasil disse que “após negociações respeitosas entre os membros da Febraban ocorridas nesta semana, e reconhecendo o esforço empreendido por todos na busca pelo diálogo e por soluções mediadas, como é tradição na Febraban”, esclarece que não tem intenção de se desassociar da federação e reafirma seu respeito pelos pares e pela história da entidade.
“Chegamos a um entendimento que é fruto de discussões respeitosas entre as partes e que não inibe a livre expressão de qualquer membro da Federação. O comunicado da Febraban, por um lado, reafirmou sua convicção pelo conteúdo pacífico e equilibrado do manifesto e, por outro, acena ao BB e à CEF quando registra a desvinculação do movimento liderado pela Fiesp, contribuindo para a solução do impasse”, disse Fausto Ribeiro, presidente do banco, em nota.
O BB disse que também acredita que o episódio poderá, ao final, contribuir para reforçar mecanismos internos na federação, que favoreçam o diálogo e reforcem “o papel da Febraban como importante agente de desenvolvimento do País”.
Ontem à noite, a Febraban divulgou uma nota reafirmando seu apoio ao manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, mas reforçando que respeita a opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do documento.
Segundo a entidade, a adesão ao manifesto seu deu, desde o início, dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país.
Em mais um aceno aos bancos públicos, também afirmou que o assunto está encerrado e disse que, com isso, não ficará mais vinculada às decisões da Fiesp, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto. O texto estava previsto para ser divulgado na última terça-feira.
A polêmica em torno do manifesto ocorre na semana antes do feriado de 7 de setembro, quando são esperadas manifestações a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro e seu governo. Nesta semana, o ministro da economia, Paulo Guedes, também acusou a Febraban de incluir críticas a sua gestão no texto, o que foi rebatido pela entidade.