Reforma do IR deve elevar déficit primário em 2022, diz Funchal

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O então secretário do Tesouro, Bruno Funchal (dir), e o ex-assessor Jurídico da Secretaria Especial de Fazenda, Filipe Barros. (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)

São Paulo – A proposta de reforma do imposto de renda, da forma como foi aprovada ontem pela Câmara dos Deputados, vai aumentar o déficit primário do governo no ano que vem, afirmou o secretário de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, em entrevista à GloboNews. O texto ainda precisa passar pelo crivo do Senado.
Funchal disse que as primeiras estimativas são de que a reforma do imposto de renda deve aumentar em um pouco mais de R$ 20 bilhões o déficit primário do governo central no ano que vem. Com isso, o resultado primário do governo central em 2022, estimado em um saldo negativo de aproximadamente R$ 49 bilhões, deve passar para um déficit de quase R$ 70 bilhões.
“É importante destacar o seguinte: no momento a gente vê melhoras no resultado e endividamento, tudo isso por conta do teto de gasto. O aumento da arrecadação este ano vem se traduzindo em melhora de resultado [primário]. Se a gente quiser discutir redução de carga tributária é agora, só que isso tem limite”, afirmou.
Ele afirmou “acender algum alerta para que essa perda seja limitada é super importante. A gente tem que discutir agora. O Brasil tem carga tributária muito elevada. Podemos reduzir um pouco? Podemos, mas isso tem que ser feito com muita cautela”, afirmou. Não tem espaço para novas perdas fiscais no Senado”, acrescentou.