XP passa a monitorar venda a descoberto de ações brasileiras

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São Paulo – A XP passou a monitorar operações de “short selling” (venda a descoberto) de todas as ações negociadas na bolsa Bovespa que são líquidas e envolvidas em operações vendidas, resultando em um total de 262 ações em sua análise.

Os analistas Júlia Aquino e Thales Carmos e Jennie Li, analisaram três das principais métricas de venda a descoberto e calculou a média de short interest para cada setor e para os índices Ibovespa e Small Caps.Segundo o relatório, as principais métricas são:

-Short interest: é a razão entre o total de ações alugadas que ainda não foram cobertas ou compradas de volta para fechar a posição, e a quantidade de ações free float (disponíveis para negociação em bolsa).”Normalmente, os investidores tomam uma posição vendida em uma ação quando acham que seu preço vai cair. Montar uma posição vendida, ou short selling, é tomar emprestada e vender uma ação com a intenção de comprá-la de volta a um preço mais baixo no futuro. Dessa forma, o investidor espera obter lucro ao devolver a ação emprestada ao credor”, diz a XP.

Ter um short interest alto ou crescente pode indicar que os investidores estão apostando que o preço do ativo vai cair e, portanto, essa métrica é uma maneira de entender o sentimento do mercado em relação a um investimento.Isso não é, no entanto, uma certeza. Em geral, um short interest acima de 10% é considerado alto”, explica.

-Days to cover: métrica que indica aproximadamente quantos dias seriam necessários para que os vendedores a descoberto cobrissem suas posições existentes. É calculada comparando o valor total de ações alugadas com o volume médio diário negociado da ação. Essa métrica também é conhecida como Short Interest Ratio. Em geral, uma proporção de Days-to-Cover acima de 10 é considerada alta.

-Taxa de aluguel: quando um investidor empresta uma ação para que um tomador possa montar uma posição vendida, ele deve pagar uma taxa de juros no fechamento de tal operação. Uma taxa de aluguel mais alta sugere uma demanda maior por montar uma posição curta em um ativo, o que pode significar que os investidores estão apostando em uma futura queda de preço

Uma das conclusões da primeira análise é que tamanho e o volume importam: as empresas do Ibovespa apresentaram short interest menores do que as Small Caps, em média. Além do tamanho, a principal diferença nesses dois grupos é o volume médio negociado.

Por setores, em termos de short interest e taxa de aluguel, Bens Industriais e Consumo Discricionário foram os com papéis mais alugados, quando comparados a duas semanas atrás, diz o relatório.

Já Materiais Básicos, Energia e Financeiro são os menos demandados pelos investidores para assumir posições vendidas, concluem os analistas.