WEG mantém planos para o ano mesmo com cenário mais desafiador

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São Paulo – A Weg disse que espera um cenário macroeconômico mais desafiador para o restante do ano pode interferir o crescimento dos negócios da economia, mas que acredita que seu modelo de negócio baseado em verticalização, diversificação de negócios e presença global ajudará a mitigar os riscos. Com isso, a fabricante espera encerrar mais um ano com crescimento de receitas e rentabilidade dentro das expectativas já projetadas anteriormente para o ano, segundo o diretor financeiro da companhia, André Rodrigues, na teleconferência de resultados do segundo trimestre.

“Em relação ao backlog (carteira de projetos), em ciclo longo, temos uma perspectiva para construir uma carteira de pedidos positiva para 2023,especialmente para T&D na América do Norte e Central. Para ciclo curto, está mais restrita. Ter uma fábrica no futuro na Turquia nos ajudará a ter uma base de produção nesses mercados e reduzir o custo de produção, assim como na Índia. Continuamos em nosso processo de internacionalização e crescimento”, disse Rodrigues.

Para 2022, a companhia prevê executar R$ 1,2 bilhão do investimento de R$ 1,5 bilhão previsto para o ano, dos quais 55% serão no Brasil e 45% no exterior, mas disse que não está postergando os aportes, apenas teve atrasos em alguns projetos, e inclusive pretende acelerar o seu plano de expansão.

A planta da Turquia (uma montadora) será inaugurada nas próximas semanas, e no quarto trimestre, a joint venture com foco no mercado de motores para máquinas de lavar na Argélia e norte da África. Mesmo com queda no segmento de Transformação e Distribuição (T&D), a companhia disse que ainda tem perspectivas positivas para os próximos trimestres com projetos em desenvolvimento nos Estados Unidos e México.

“Mesmo com distúrbios na cadeia de suprimentos e aumento de receitas em negócios com menores margens, como eólico, esperamos ter margens saudáveis para a companhia”, acrescentou o diretor financeiro.

Os estoques da Weg estão dentro da normalidade e para matérias-primas, como o cobre, a companhia tem um “hedge” para suportar possíveis desequilíbrios da cadeia de suprimentos. A companhia espera que nos próximos três meses pode ter mais ideia sobre impactos em seus resultados.

O aumento do custo de energia na Europa, por conta do conflito com a Ucrânia, a Weg disse que não tem uma exposição significativa, algo em geração de turbinas a gás, mas não é tão significativa.

No segmento de equipamentos para energia solar, André Salgueiro disse que a Weg atua em geração distribuída e centralizada, sendo a primeira a maior parte (90%), mas a segunda, com 10%, vem crescendo, com projetos como o Sol do Cerrado.

Em geração distribuída (GD), a companhia atua principalmente em projetos trifásicos. “Temos confiança de que o negócio de energia solar vai continuar se desenvolvendo no Brasil, apesar do cenário de inflação, o que pode fazer com que cresça mais rápido ou devagar. Os projetos de autoconsumo e pequenos clientes devem continuar crescendo no médio prazo”, comentou André Salgueiro, diretor de finanças e relações com investidores da Weg.

Em relação à energia eólica, o executivo disse que as margens do segmento são menores e que se a empresa crescer em outro segmentos, as margens da companhia devem melhorar. A companhia também expectativas de melhorar a rentabilidade com o fornecimento de geradores de 7MW, cujo desenvolvimento foi anunciado recentemente, que é bem superior aos modelos que a empresa fornece atualmente.

A Weg está certificando um aerogerador de 4,2 MW na Índia e espera ter mais oportunidades de negócios para explorar com o novo produto, em mercados como o dos Estados Unidos.

Em veículos elétricos, a empresa disse que tem parcerias na Argentina e que tem boas perspectivas para o Brasil. Na Europa, a empresa tem iniciativas de certificação e outras regiões, mas esses mercados devem ficar mais para frente.

As oportunidades são em fornecimento de power train para veículos pesados e já tem parcerias firmadas com a Volkswagen e a Marcopolo. O time comercial está com foco em buscar novas parcerias nessa área aqui no Brasil e na América Latina”, disse André Salgueiro.

No segundo trimestre, a Weg teve receita líquida de R$ 7,2 bilhões, alta de 25% ante o mesmo intervalo de 2021, R$ 1,3 de ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) (+14,5%).