UE busca diálogo com EUA sobre tarifas, mas está pronta para agir

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Por Cristiana Euclydes

São Paulo – A União Europeia (UE) quer conversar com os Estados Unidos sobre as tarifas que o país planeja aplicar ao bloco, mas está pronta para agir em resposta, se necessário, disse a nova presidente da Comissão Europeia, braço executivo da UE, Ursula von der Leyen.

“Eu acho que há uma forte base, com relacionamento e laços fortes entre a União Europeia e nossos amigos norte-americanos, construídos em décadas”, disse ela em coletiva de imprensa, após conduzir sua primeira reunião do colégio de comissários.

“De fato, nós temos questões, mas sobre essa base, sempre acho que é
mais fácil negociar sobre as questões e discutir diferenças, sabendo que
estamos sentados no mesmo lado da mesa”, afirmou. Ela disse ainda que tomou nota do anúncio de potenciais tarifas à UE.

“Estou aberta a entrar em discussões e encontrar soluções”, disse Von
der Leyen, acrescentando que apenas pelo diálogo é possível servir melhor às economias, pois é do interesse da ambos os lados que seja criada uma
situação ganha-ganha.

Ao ser questionada se a UE vai retaliar caso os Estados Unidos de fato
adotem as tarifas, ela disse: “Eu acho que, com o anúncio de tarifas em
potencial ou com a aplicação de fato, precisamos tomar cuidado para escolher nossas palavras”.

“O que eu prefiro é, antes de tudo, ter uma reunião bem preparada para
abordar as diferentes questões que temos e ver que temos a melhor situação possível para todos. Estou ciente do fato de que esse não será o caso em todos os casos, mas é claro que, se houver um resultado negativo em alguns casos, estamos prontos para agir por conta própria”, concluiu.

Ontem, o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou aplicar tarifas ao bloco europeu. “A UE obtém vantagens comerciais sobre os Estados Unidos e isso não é justo. Podemos fazer um acordo com a UE ou resolver isso instantaneamente”, disse.

Além disso, o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos
propôs, na segunda-feira, a aplicação de tarifas de até 100% sobre US$ 2,4
bilhões em produtos importados da França, em resposta ao imposto digital do país, que afeta empresas de tecnologia norte-americanas.