Trump declara emergência nacional para acelerar combate ao coronavírus

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O ex-presidente norte-americano, Donald Trump, em pronunciamento nos jardins da Casa Branca / (Foto: Divulgação/ Casa Branca)

São Paulo – O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou oficialmente emergência nacional para aumentar a capacidade de governos locais e de hospitais a enfrentar financeiramente o desafio de conter a disseminação da pandemia de coronavírus nos Estados Unidos.

“Entramos agora em uma fase diferente no combate ao coronavírus. O governo está removendo obstáculos para atender a população”, disse Trump em pronunciamento nos jardins da Casa Branca.

Na prática, a declaração de emergência nacional abre as portas para que o governo federal forneça o que Trump disse ser cerca de US$ 50 bilhões em ajuda para combater a doença.

“Declaro oficialmente emergência nacional para liberar todo o poder do governo federal”, afirmou Trump, exortando todos os estados norte-americanos a criar centros de emergência para ajudar a combater o coronavírus.

Havia uma pressão crescente para que Trump declarasse uma emergência de doença infecciosa sob a lei de 1988, que permitiria à Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema) fornecer fundos de desastre aos governos estaduais e locais e implantar equipes de apoio. Esse poder é raramente usado. O ex-presidente Bill Clinton, em 2000, declarou tal emergência para o vírus do Nilo Ocidental.

A declaração de emergência – que permite ao presidente acionar disposições específicas estatutos federais que dão ao executivo mais flexibilidade para atuar em diversas áreas – favorece a renúncia por parte do Departamento de Saúde e Serviços Humanos a regras que limitam o tempo de permanência e o número de leitos abertos nos hospitais, entre outras restrições, segundo Trump.

SETOR PRIVADO

O presidente norte-americano, ladeado por membros seniores do governo e executivos do setor de saúde, elogiou os esforços para aumentar os testes para o coronavírus em meio a preocupações cada vez maiores com a falta de kits.

Ele disse que o governo faria parceria com o setor privado para acelerar os testes, acrescentando que seu governo está conversando com farmácias e varejistas para disponibilizar testes drive-thru. Além disso, citou que o Google está desenvolvendo um site sobre os testes, indicando locais para a realização.

No início da próxima semana, Trump disse que haveria 500 mil de testes adicionais disponíveis, com 5 milhões de testes disponíveis dentro de um mês, embora não tenha recomendado que não haja uma corrida para a realização dos exames.

“Não queremos que todos façam esse teste. É totalmente desnecessário”, disse Trump, acrescentando: “Isso vai passar e vamos ser ainda mais fortes por isso. Aprendemos muito”.

A LEI CONTROVERSA DA CÂMARA

No pronunciamento, Trump disse ainda que não apoiava a legislação de resposta ao coronavírus que está sendo negociada pela presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, e pelo secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin.

“Não achamos que eles estejam entregando o suficiente”, disse Trump sobre os democratas. “Eles não estão fazendo o que é certo para o país”, acrescentou,
Esperava-se que a Câmara votasse hoje a legislação, mas os parlamentares estavam esperando para ver se Trump apoiaria publicamente a medida depois de ficar em silêncio por boa parte do dia.

CORONAVIRUS EM NÚMEROS

Pelo menos 24 estados norte-americanos e Washington DC enviaram ordens de emergência nas últimas duas semanas, enquanto as autoridades adotavam medidas cada vez mais abrangentes para combater a propagação do coronavírus.

Enquanto algumas das partes mais atingidas da Ásia estão vendo sinais de melhora após surtos anteriores de novas infecções, o coronavírus não mostra sinais de desaceleração em outras partes do mundo.

O número de casos de coronavírus chegou a 132 mil em 123 países e regiões ao redor do mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de hoje. Quase 5 mil pessoas morreram.