Suzano soma lucro líquido de R$ 4,5 bilhões no quarto trimestre, queda anual de 39,5%

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São Paulo – O lucro líquido da Suzano diminuiu 39,5% no quarto trimestre de 2023, para R$ 4,52 bilhões, na comparação com o mesmo intervalo de 2022, e reverteu prejuízo de R$ 729 milhões no trimestre anterior. A variação em relação ao 3T23 foi decorrente principalmente: i) da variação positiva no resultado financeiro, por sua vez explicada pelo impacto positivo da valorização cambial sobre a dívida e operações com derivativos (em contrapartida ao resultado negativo observado no trimestre anterior); ii) do maior lucro operacional, explicado pela elevação da receita líquida e na rubrica outras receitas operacionais (reavaliação dos ativos biológicos como principal fator). Esses efeitos foram parcialmente compensados pela despesa de IR/CSLL (diferidos incidentes principalmente sobre os resultados positivos de variação cambial sobre dívida e marcação dos derivativos e reavaliação dos ativos biológicos), maior CPV e aumento do SG&A, conforme explicado pela companhia em seu relatório de resultados apresentado hoje.

A receita líquida da Suzano no 4T23 foi de R$ 10,37 bilhões, sendo 77% gerada no mercado externo (vs. 75% no 3T23 e 83% no 4T22). Em relação ao 3T23, a elevação de 16% é explicada i) pelo maior volume vendido no período (+12%); ii) pelo maior preço médio líquido da celulose em USD (+4%); iii) pela valorização do USD médio frente ao BRL médio (+2%). A queda de 28% da receita líquida consolidada em relação ao 4T22 é explicada principalmente pelo menor preço médio líquido da celulose em USD (-31%), pelo menor preço médio líquido de papel em dólar no mercado externo (-35%) e pela desvalorização do USD médio frente ao BRL médio (-6%).

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado diminuiu 44,9% ante o 4T22, para R$ 4,505 bilhões, em função do menor preço médio líquido da celulose em dólar (-31%), da desvalorização do USD médio frente ao BRL médio (-6%) e do maior SG&A (+4%), sobretudo por maiores despesas de vendas, conforme explicado anteriormente. Esses fatores foram parcialmente compensados pelo menor CPV base caixa e maior volume vendido (+2%). O ebitda ajustado por tonelada teve uma redução de 46% devido aos mesmos motivos, ex-volume.

Em comparação ao 3T23, o ebitda ajustado do 4T23 aumentou 22%, explicado: i) pelo maior volume vendido no período (12%); ii) pelo maior preço médio líquido da celulose em dólar (+4%), iii) pelo menor CPV base caixa por tonelada, conforme já mencionado; e iv) pela apreciação do USD médio em relação ao BRL médio (+2%). Esses fatores foram parcialmente compensados pelo maior SG&A (+16%), sobretudo pelas maiores despesas administrativas função da elevação dos gastos com pessoal (remuneração variável), conforme explicado anteriormente. O EBITDA Ajustado por tonelada foi 9% superior devido aos mesmos fatores explicados anteriormente, ex-volume.

As vendas de papel e celulose da Suzano cresceram 1,6%, para 3,1 milhões de toneladas.

A dívida líquida da companhia diminuiu 2,7%, para R$ 55,56 bilhões, o que coloca a taxa de alavancagem – proporção da dívida bruta em relação ao ebitda ajustado – em 3,0, ante 2,0 no mesmo período do ano passado.

Conselho aprova João Alberto de Abreu como futuro CEO da companhia

O Conselho de Administração da Suzano deliberou pelo processo de transição do cargo de CEO da Companhia, atualmente ocupada por Walter Schalka, que permanecerá na posição atual até 01 de julho de 2024. O Conselho de Administração aprovou João Alberto Fernandez de Abreu como futuro CEO da Companhia.

O Walter e João Alberto irão, a partir do dia 02 de abril de 2024, conduzir conjuntamente e de forma ordenada o processo de sucessão, de modo que, quando o Sr. Walter deixar o cargo em 01 de julho de 2024, o Sr. João Alberto suceda-o como CEO.

O Conselho de Administração consignou que Walter será oportunamente (i) indicado pela administração da Companhia para compor a chapa a ser submetida pela administração da Companhia no âmbito da eleição do Conselho de Administração a ser realizada por ocasião da Assembleia Geral Ordinária da Companhia que deliberará sobre as contas referentes ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2023 (AGO); e (ii) eleito ou reeleito, conforme o caso, na primeira Reunião do Conselho de Administração a ser realizada após a AGO, para integrar os seguintes Comitês de Assessoramento ao Conselho de Administração: (a) Comitê de Estratégia e Inovação; (b) Comitê de Sustentabilidade; (c) Comitê de Gestão e Finanças; e (d) Comitê de Pessoas (Comitês).

Segundo a companhia, João Alberto possui 30 anos de carreira, dos quais 18 anos na Shell onde ocupou diversas posições no Brasil, Inglaterra e Argentina, 7 anos na Raízen como Diretor de Energia e como Vice-presidente do Negócio Etanol, Açúcar e Energia e 5 anos como CEO da Rumo S.A., empresa de logística ferroviária. Engenheiro de formação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, tem MBA pela Fundação Dom Cabral e cursos executivos em universidades como IMD e Wharton. Atualmente é membro do Conselho da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), Presidente do Conselho da Moveinfra, Diretor do Deifra da FIESP além de ter atuação como Conselheiro da Fundação Raízen e Conselheiro do Pacto contra a Fome.

“Os membros do Conselho de Administração reconhecem e agradecem, com profunda admiração e gratidão, os inestimáveis serviços prestados pelo Sr. Walter à Companhia durante sua gestão como CEO, que alçou a Suzano à posição de líder global no seu setor de atuação. Ressaltam que a liderança visionária, estratégica, a expertise ímpar e a dedicação incansável do Sr. Walter foram pilares fundamentais para o crescimento exponencial e transformacional da Companhia ao longo dos últimos anos, a conquista de metas ambiciosas e a consolidação de uma reputação sólida no mercado. Com maestria soube alavancar a eficiência operacional da Companhia, viabilizar a expansão de seu mercado endereçável, executar a bem-sucedida fusão com a antiga Fibria, liderar um dos maiores investimentos privados em andamento no Brasil com o Projeto Cerrado, dentre tantas outras contribuições determinantes para a Companhia. Destacam também sobre sua gestão a implementação de uma nova cultura organizacional de pessoas que inspiram e transformam, de um olhar para a responsabilidade social e ambiental da empresa e da criação e geração de valor para todos os stakeholders, aspectos que fortaleceram a identidade da Companhia e a posicionaram como referência em governança corporativa, sustentabilidade e criação de valor. Enaltecem, ainda, a postura ética, o profissionalismo exemplar e o compromisso inabalável do Sr. Walter com os melhores interesses da Companhia e seus stakeholders, valores que inspiraram e continuarão a inspirar todos os membros da equipe.

A administração da Companhia deseja ao Sr. Walter pleno sucesso em seus projetos futuros, e reitera a certeza de que, em seu novo momento profissional, ele continuará a oferecer valiosa contribuição para a Companhia, como membro dos Comitês e, mais ainda, caso eleito para o cargo de membro do Conselho de Administração”, disse a empresa, em fato relevante.