Silva e Luna nega privatização da Petrobras, mas defende desinvestimentos

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Foto: Divulgação / Petrobras

São Paulo, 25 de junho de 2021 – A Petrobras deve continuar sendo uma empresa estatal, segundo o presidente da companhia, o general Joaquim Silva e Luna, que negou que os desinvestimentos que estão sendo feitos pela companhia façam parte de um projeto futuro de privatização, ao ser questionado por deputados da oposição durante sua participação na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados.

Luna argumentou que os ativos que estão sendo vendidos, como refinarias, foram escolhidos em função de uma série de fatores e que o aumento de desinvestimentos foi resultado de escolhas que tiveram que ser tomadas no passado para que a empresa reduzisse a sua dívida e não deixasse de existir, em referência ao “Petrolão”.

“A Petrobras passou por um momento difícil recente, passou pelo ‘vale da morte’ e teve que fazer escolhas, senão deixaria de existir. Foram tomadas decisões para como lidar com a dívida e também reaver recursos retirados da companhia. Ela passou por um momento crítico, mas já está vivendo outro momento, continua sendo uma empresa estatal e não vai mudar”, afirmou.

O general disse ainda que a estatal “não irá se desfazer de nenhum patrimônio que não seja para enriquecê-la” e torná-la mais forte, apesar de afirmar que ajustes podem ser feitos. “O plano é colocado e vamos manobrando se necessário”, afirmou.

O deputado Rogério Correia (PT-MG), que presidiu a sessão da comissão, ressaltou, ao fazer perguntas à Luna, que pesquisas mostram que os brasileiros são contrários à privatização da Petrobras. “Por isso, temos que ser vigilantes e não queremos que se pare o refino e a Petrobras passe apenas a exportar petróleo bruto, como acontece com o minério da Vale”, afirmou.

Em relação às oito refinarias que foram colocadas à venda, o presidente da Petrobras disse que a companhia não tem condições de investir todos os seus recursos em refino, mas que em outras refinarias, que continuarão no portfólio de ativos da petrolífera, devem ser feitos investimentos.

Já ao ser questionado novamente sobre os elevados preços de combustíveis e de gás no País, reiterou que a companhia ainda precisa importar combustíveis para não deixar de abastecer o mercado brasileiro, por isso, leva em conta os preços internacionais do petróleo na sua política de preços. Também afirmou que a companhia não é a única responsável pelo preço final de combustíveis, praticado nos postos.