Kashkari, do Fed, vê retorno do emprego e da inflação para a meta

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O presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari / Foto: Fed Minneapolis

São Paulo – O presidente da unidade do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Minneapolis, Neel Kashkari, vê o retorno da inflação para a meta de 2% e disse que o emprego deve ganhar mais força a partir de setembro. Ele, no entanto, chamou atenção para o número elevado de pessoas sem trabalho no país no momento.

Kashkari – que este ano não tem direito a voto – disse que ainda existem mais de 7 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. Ele atribuiu esse número a um conjunto de fatores como o fechamento das escolas, que devem reabrir em setembro; o medo das pessoas do vírus mesmo vacinadas contra a covid-19 e o pagamento de benefícios federais, que também devem expirar em setembro.

“Hoje, muito por conta das ações agressivas de apoio do Congresso, estamos no início de uma recuperação muito forte, tentando voltar para o normal. O Fed ofereceu muita ajuda e estamos experimentando crescimento, mas ainda estamos em um buraco profundo, com mais de 7 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho”, disse ele em evento virtual do Minnesota Council of Nonprofits.

Sobre a inflação, ele afirmou que boa parte do aumento dos preços está ligada à reabertura econômica e à base mais baixa de comparação com o ano passado, quando a economia foi fechada para conter a disseminação do novo coronavírus.

“A questão é quanto disso não é temporário. Se os 7 milhões nunca mais voltarem ao mercado de trabalho, eu ficaria preocupado com a inflação alta por mais tempo, mas eles vão voltar”, disse. “Para mim, o máximo emprego é, no mínimo, recolocar essas pessoas de volta ao mercado de trabalho”, acrescentou ele, referindo-se ao mandato de pleno emprego do Fed.

Para Kashkari, o aumento dos preços observado nos Estados Unidos não é uma surpresa, reafirmando a noção de transitoriedade defendida pelo presidente do Fed, Jerome Powell.

“O aumento de preços não é uma surpresa, já que a economia foi fechada no ano passado. É uma questão matemática, partindo da base do ano passado. A reabertura também leva a fricções e preços mais altos, que devem ser temporários, já que as empresas estão se adequando ainda à reabertura dos seus negócios. Devemos ver mais preços altos voltando ao normal”, afirmou.