Silva e Luna deixa Petrobras e Adriano Pires deve assumir; ações caem

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O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna. (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

São Paulo – O governo federal, por meio de nota enviada pelo Ministério de Minas e Energia, confirmou a indicação de Adriano Pires para substituir o general Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras, da qual é acionista controlador.
Por meio de nota enviada pelo Ministério de Minas e Energia, o governo divulgou a relação de indicados pela União para compor o conselho de administração da estatal, a ter efeito a partir da confirmação pela Assembleia Geral Ordinária, que ocorrerá em 13 de abril, que inclui Rodolfo Landim para a presidência do colegiado, e o Adriano Pires para o exercício do comando da empresa.
“O Governo renova o seu compromisso de respeito a sólida governança da Petrobras, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a Empresa”, disse o MME, na nota.
Outros nomes indicados ao conselho da companhia na nota divulgada hoje foram: Sonia Julia Sulzbeck Villalobos, Luiz Henrique Caroli, Ruy Flaks Schneider, Márcio Andrade Weber, Eduardo Karrer e Carlos Eduardo Lessa Brandão.
RUMORES
O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, nesta segunda-feira (28/3), segundo integrantes do governo disseram ao jornal “O Globo” e à revista “Veja”, que citam o economista Adriano Pires, especialista do setor de óleo de gás, como o mais cotado para assumir o cargo. O anúncio ainda não foi feito, mas isso deve ser confirmado nesta segunda-feira, de acordo com interlocutores do Palácio do Planalto.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), que têm forte peso no índice Ibovespa, caíram 2,62% e 2,16% no pregão desta segunda-feira.
A estatal sofrendo pressões no campo político após anunciar o aumento dos preços dos combustíveis no dia 11 de março, quando reajustou os preços de venda da gasolina e diesel para as distribuidoras de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro e de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, respectivamente, e o GLP em R$ 0,62 por kg, de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg.
Segundo a corretora Ativa, embora o governo já tenha enviado lista para a composição do novo conselho (cuja indicação é condição necessária à assunção da presidência) para a assembleia que ocorrerá no próximo dia 13/4, tal lista ainda poderia ser alterada, o que possivelmente será feito, caso a decisão venha a ser confirmada.
“Embora a decisão seja igual à tomada um ano atrás, quando o Executivo decidiu não reconduzir Castello Branco e indicar o General Silva e Luna à presidência da Petrobras, os desdobramentos do fato para as ações hoje se deram de forma bem mais contidos. Isto acontece pela hora pela qual a notícia foi divulgada e pelo mercado já trabalhar a semanas com a possibilidade da mudança ser executada”, disse o analista Ilan Arbetman.
A corretora cita reportagem da revista “Veja”, que também cita que o indicado do governo seria Adriano Pires, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura. “A indicação seria técnica e o nome de Pires é reconhecido pelo mercado como uma indicação que não romperia com as transformações operacionais e financeiras que vem sendo executadas na companhia desde a metade da década passada. O perfil de Pires também ajuda a mitigar os efeitos oriundos deste novo possível movimento”, acrescentou o analista.
INDICAÇÕES
Os acionistas da Petrobras se reúnem no próximo dia 13 para confirmar os novos nomes ao Conselho. Em 5 de março, o governo indicou o nome de Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo, para presidir o conselho da estatal.
O executivo, que também vem sendo apontado como um possível substituto de Luna, atuou na companhia por 26 anos e ocupou diversas funções gerenciais na área de Exploração & Produção, incluindo superintendente de Produção da Região de Produção do Nordeste, superintendente do Distrito de Produção da Área Norte, gerente geral de Exploração e Produção da Bacia de Campos e gerente executivo de Exploração e Produção das regiões Sul e Sudeste.
Entre 2000 e 2003, foi presidente da Gaspetro, responsável pelas participações societárias da Petrobras nas companhias de transporte e distribuição de gás natural. Entre 2003 e 2006 foi presidente da Petrobras Distribuidora S.A. – BR. Após sair da Petrobras, atuou como diretor geral da MMX Mineração e Metálicos S.A. (2006 a 2008), fundador e posteriormente CEO da OGX Petróleo e Gás Participações S.A. (2008 a 2009) e CEO da OSX Brasil S.A. (2009-2010). Desde 2019, é presidente do Clube de Regatas Flamengo.
Os outros nomes indicados pelo governo federal para o órgão são Carlos Eduardo Lessa Brandão, Joaquim Silva e Luna, Luiz Henrique Caroli, Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza, Ruy Flaks Schneider e Sonia Julia Sulzbeck Villalobos.
Atualiza informações às 19h36 (horário de Brasília) com a confirmação do Ministério das Minas e Energia.