Setor de shoppings deve manter bom desempenho em 2024

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Shopping Leblon (RJ) / Foto divulgação

São Paulo, SP – O Itaú BBA divulgou um relatório sobre o setor de shoppings após o fim da temporada de balanço com os resultados do quarto trimestre de 2023, mantendo a Multiplan com sua principal recomendação para 2024, e salientando que o setor oferece uma alternativa interessante de posicionamento defensivo.

“Vemos a Multiplan neste momento como um bom ponto de entrada, com um P/FFO de 12,3x (30% abaixo da média histórica) em 2024. Além disso, o desconto no P/FFO em comparação com os pares diminuiu, de 25% para 15%, atualmente. Também vemos como positivo as ações da Allos e da Iguatemi, mas nos níveis atuais, estamos classificando a Multiplan como nossa preferência”, comentou o Itaú.

Segundo o banco de investimentos, este ano deve ter catalisadores limitados e fluxo de notícias misto, diante de pouco espaço para crescimento de receitas dado o cenário de inflação (IGP-DI ) e espaço limitado para melhoria na ocupação ou inadimplência após um forte 2023.

“Prevemos um crescimento limitado dos aluguéis neste ano, uma vez que o IGP-DI (principal índice do setor) deverá ter um efeito neutro sobre os contratos. Portanto, o crescimento dependerá de leasing spreads positivos nas renovações de contratos e no volume de negócios. Além disso, vale destacar que o IGP-DI vem crescendo abaixo das projeções iniciais, levando a revisões para baixo deste indicador. Não é de surpreender que a orientação fornecida pela Allos e Iguatemi sugira um crescimento modesto de 4% no Ebitda neste ano em relação a 2023”, explicou o Itaú.

A análise ressaltou ainda que, além das oportunidades brownfield que geram bons retornos, mas acrescentam pouco ao valor de mercado, é possível que as discussões sobre alocação de capital girem em torno de potenciais aquisições. As vendas e aquisições realizadas ao longo de 2023 tiveram em média um cap rate de 8%, enquanto as aquisições no mesmo período tiveram em média 7%. Os investidores percebem que as próximas transações potenciais podem permanecer dentro desta faixa entre 7% e 8%.

Sobre o impacto do reforma tributária no setor, o Itaú destacou que ainda não está claro como funcionará o equilíbrio entre um potencial aumento de impostos e o benefício da geração de créditos fiscais para as empresas de shoppings e se isso será possível para as lojas satélites em shoppings, já que a maioria delas opera sob o regime tributário do Simples.