Safra de grãos deve renovar recorde em 2021, a 263,1 milhões de toneladas

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São Paulo – A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2021 deve chegar a um novo recorde na produção de grãos, somando 263,1 milhões de toneladas, o que representa alta de 3,5% em relação à safra de 2020 ou 9,0 milhões de toneladas a mais, conforme dados da quinta estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para este ano.

Os aumentos recordes da produção de soja em 7,3% (somando 130,4 milhões de toneladas) e de 0,3% na safra de milho (sendo -2,9% na primeira safra e +1,4% na segunda safra), chegando a 103,5 milhões de toneladas em relação a 2020, devem ser os principais responsáveis pelo prognóstico deste ano. Em contrapartida, o cultivo de arroz deve cair 0,7% (11,0 milhões de toneladas) ante o ano passado , enquanto a safra de algodão herbáceo deve despencar 16,5%, a 5,9 milhões de toneladas.

A área total a ser colhida deve ser de 67,0 milhões de hectares, alta de 2,3% (mais 1,5 milhão de hectares) em relação ao período anterior. O gerente da pesquisa, Carlos Barradas, explica que, embora o plantio da soja tenha atrasado este ano em função da estiagem, a partir de dezembro, com a volta das chuvas, as lavouras se recuperaram na maior parte do país e a produtividade da leguminosa deve ser elevada.

“Os preços estão bastante favoráveis no mercado internacional e a demanda continua alta. Por isso, os produtores continuam ampliando as áreas de plantio do grão pelo país”, avalia, acrescentando que os produtores estão preocupados com as condições climáticas em meio à previsão de grandes volumes de chuvas em importantes regiões produtoras, o que pode atrasar ainda mais a colheita e comprometer a qualidade dos grãos. Segundo Barradas, o milho também vem encontrando condições “bastante favoráveis” em relação ao mercado e lidando com as condições climáticas.

Na comparação com a previsão de janeiro, houve alta de 908,4 mil toneladas (+0,3%). O arroz, o milho e a soja somaram 93,1% da produção e 87,7% da área colhida. Frente a 2020, houve altas de 3,4% para a área do milho (3,3% na primeira safra e 3,4% na segunda), 3,1% para a soja e de 0,2% para o arroz.

Entre as unidades da federação, Mato Grosso lidera a produção nacional de grãos, com uma participação de 27,2% na safra do país, seguido pelo Paraná (15,8%), Rio Grande do Sul (13,4%) e Goiás (9,8%). Entre as regiões, o Centro-Oeste é líder com 45,8% de participação na produção nacional de grãos, seguido pelo Sul (31,7%), Sudeste (9,7%), Nordeste (8,7%), enquanto o Norte tem 4,1% de participação.

O levantamento do IBGE foi realizado em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).