BCE vai acelerar ritmo de compras de emergência pandêmica

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A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde / Foto: BCE

São Paulo, 11 de março de 2021 – O Banco Central Europeu (BCE) manteve inalterado seu programa de compra de emergência pandêmica (PEPP, na sigla em inglês) de US$ 1,850 trilhão de euros, e prometeu acelerar o rimo de compras no próximo trimestre, bem como recalibrar o programa se necessário.

O PEPP vai continuar ao menos até março de 2022 ou até que o BCE “julgue que a fase de crise do novo coronavírus terminou”. Além disso, o Conselho “espera que as compras ao abrigo do PEPP durante o próximo trimestre sejam efetuadas a um ritmo significativamente mais elevado do que durante os primeiros meses deste ano”.

O Conselho também “comprará com flexibilidade de acordo com as condições de mercado e com o objetivo de evitar um agravamento das condições de financiamento”, e manterá flexibilidade de compras ao longo do tempo, entre classes de ativos e entre jurisdições, para apoiar a transmissão suave da política monetária.

Se as condições de financiamento favoráveis puderem ser mantidas, “o envelope não precisa ser usado na íntegra”, segundo o BCE. “Da mesma forma, o envelope pode ser recalibrado se necessário para manter condições de financiamento favoráveis para ajudar a conter o choque pandêmico negativo na trajetória da inflação”.

Além disso, o BCE continuará reinvestindo ao menos até o final de 2023 o valor principal dos títulos que atingirem o vencimento, e o uso futuros do portifólio será gerido de forma a evitar interferências na orientação adequada da política monetária.

“O Conselho do BCE continua pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme adequado, para garantir que a inflação se move em direção à sua meta de forma sustentada, em linha com o seu compromisso com a simetria”.

Já as compras de ativos mensais de 20 bilhões de euros vão continuar, e o Conselho espera que durem “o tempo necessário para reforçar o impacto acomodatício de suas taxas de política e terminem logo antes de começar a aumentar as principais taxas de juros”.

O BCE disse ainda que continuará reinvestindo o valor principal dos títulos que atingirem o vencimento por um longo período após a primeira alta nos juros, e “enquanto for necessário para manter condições favoráveis de liquidez e um amplo grau de acomodação monetária”.

Com relação às taxas de juros de referência, o BCE manteve a taxa básica de juros em zero, a taxa de depósitos em -0,5% ao ano e a taxa da linha mantida com bancos comerciais para concessão de liquidez de curto prazo em 0,25% ao ano.

O BCE repetiu que as taxas de juros da zona do euro devem permanecer “em seus níveis atuais ou mais baixos até que as perspectivas da inflação convirjam de forma robusta para um nível suficientemente próximo, mas abaixo de 2%” dentro de seu horizonte de projeção, e essa convergência tem se refletido na dinâmica do núcleo da inflação.

Por fim, o BCE continuará fornecendo ampla liquidez através de suas operações de refinanciamento.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, dará coletiva de imprensa às 10h30 para detalhar os motivos que levaram à decisão.