RADAR DO DIA: Volatilidade deve ditar ritmo, de olho em exterior, PTax e empresas

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São Paulo – O último pregão da semana e do mês de novembro deve ser marcado por volatilidade, com os investidores de olho na guerra comercial Estados Unidos e China, principalmente após o presidente norte-americano Donald Trump assinar um documento em prol da democracia em Hong Kong, que não foi bem recebido pelo país asiático.

Além disso, as bolsas norte-americanas têm funcionamento reduzido em função do feriado de Ação de Graças, fechando às 15h, podendo reduzir os negócios na Bolsa brasileira.

Outro fator importante é a tradicional disputa pela formação da taxa Ptax – média das cotações do dólar apuradas pelo Banco Central (BC), que deve levar os investidores a ficarem reticentes no mercado de câmbio. A alta da moeda norte-americana nos últimos dias levou o BC a intervir com a realização de um leilão no mercado à vista.

A expectativa é que o BC continue intervindo no dólar já que o presidente do BC, Campos Neto, afirmou que interferirá caso falte liquidez em qualquer uma das frentes de negociação da moeda norte-americana.

No âmbito federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento sobre o envio de dados tributários e bancários sigilosos pela Receita Federal quanto da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) ao Ministério Público Federal (MPF) sem autorização prévia da Justiça.

Hoje é realizada a tradicional Black Friday “brasileira”, dia em que as ações das empresas varejistas no Ibovespa podem ter certa oscilação na expectativa de um aumento significativo nas vendas.

O setor bancário é outro para os investidores ficarem de olho, após o BC publicar uma resolução que altera as regras de funcionamento do cheque especial, com juro máximo de 8%, porém permitindo a cobrança tarifas pelo serviço. As mudanças entram em vigor em 6 de janeiro para novos contratos e a partir de 1 de junho de 2020 para contratos firmados até 6 de janeiro.

EMPRESAS

No segmento corporativo, a direção do Banco do Brasil aprovou o pagamento de R$ 502,320 milhões de juros sobre capital próprio (JCP), o equivalente a R$ 0,17617400289, referente do dividendo mínimo obrigatório do segundo semestre deste ano.

A Telefônica Brasil informou que fechou um contrato com a Telxius Brasil, controlada indireta da Telefónica, para venda de 1.909 torres pelo valor total de R$ 641 milhões.

O Banco do Brasil disse que seus associados aprovaram a proposta de reforma estatutária da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), que estava disponível para votação de 18 a 28 de novembro.

O conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar (GPA) autorizou a convocação de assembleia geral extraordinária e assembleia geral especial de acionistas detentores de ações preferenciais para deliberar acerca da migração da companhia ao segmento de Novo Mercado da B3.

A Petrobras assinou o contrato para a venda de sua participação de 30% na concessão do campo de Frade à Petro Rio pelo valor de US$ 100 milhões. O campo fica na Bacia de Campos, no litoral norte do Rio de Janeiro, e a Petro Rio já detém os outros 70% da concessão.

No âmbito jurídico, a 11a Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo julgou procedente uma ação popular que pedia a anulação da licitação da concessão da Linha 15-Prata da rede de monotrilho do Metrô de São Paulo. O vencedor do certame havia sido o consórcio Via Mobilidade Linha 15, integrado pela CCR com 80% de participação e pela Ruas Invest Participações com 20%.

O Iguatemi exerceu seu direito de preferência e comprou 20% do Praia Belas Shopping Center (PBSC) e 15% do Shopping Center Esplanada (SCESP) por R$ 260,1 milhões. As participações nos dois empreendimentos pertenciam a um mesmo investidor.

O Grupo Fleury comprou 100% da Investigação Laboratorial (Inlab), empresa que atua na área de análises clínicas, por R$ 90 milhões. A Inlab possui 21 clínicas de atendimento e uma área técnica na região metropolitana de São Luís (MA).

O investidor Paulo Guilherme Aguiar Cunha e seus familiares resgataram 5.372.336 ações preferenciais resgatáveis e alienaram 1.664.000 ações preferenciais que foram adquiridas por atuais acionistas da Utra e convertidas em ações ordinárias da companhia.

De acordo com comunicado, 3.881.773 ações preferenciais foram adquiridas pela IgelPar Participações controlada por Fabio Igel e convertidas em ações ordinárias. Esta aquisição foi financiada pela Pátria Private Equity VI Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia, mediante a emissão de debêntures.

Já o conselho de administração da Usiminas aprovou o adiamento por 12 meses da reforma do alto forno 3 da Usina de Ipatinga, em Minas Gerais. Desta maneira o equipamento continuará a operar normalmente até meados de 2022, quando entrará em reforma.

O conselho de administração da Gerdau autorizou que a companhia realize o adiantamento para futuro aumento de capital em sua controlada Gerdau Açominas no valor de R$ 610 milhões. A operação tem como objetivo amortizar obrigações financeiras que estão para vencer.