RADAR DO DIA: Juros e emprego nos EUA; Reoneração da folha em projeto de lei

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não alterou a percepção do mercado sobre o possível ritmo do corte de juros nos Estados Unidos. Analistas apostam que haverá três cortes em 2024, e o primeiro deverá ocorrer em junho.

A maioria dos membros do Comitê avaliou na primeira reunião de política monetária em 2024 que os cortes na taxa de juros são prováveis neste ano, mas que ainda é necessário aguardar maior progresso da inflação em direção à meta de 2% antes de iniciá-los.

De acordo com a ata da reunião, “os membros avaliaram que a manutenção do intervalo de metas para a taxa de juros nesta reunião promoveria mais progresso em direção aos objetivos do Comitê e permitiria que os participantes reunissem informações adicionais para avaliar esse progresso”.

A expectativa agora é para a divulgação dos números do índice PCE de renda e gastos pessoais, que acontecerá em 29 de fevereiro. Em dezembro do ano passado, o PCE subiu 0,2%, e a taxa anualizada ficou em 2,6%. Outro dados importante é o de novos pedidos de seguro desemprego, que será conhecido hoje. Na semana passada, houve uma queda nos novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, que recuaram em 8 mil, para 212 mil após ter alcançado 220 mil na semana anterior. Os analistas previam 220 mil pedidos.

Por aqui, a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia, que seria alterada após 1 de abril, está mantida até que o governo apresente um projeto de lei para tratar do tema. A declaração foi do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que se reuniu ontem com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e lideranças parlamentares. De acordo com o presidente do Senado, a solução evita a devolução da Medida Provisória (MP) 1.202/2023, que prevê limitações à desoneração.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 recuou 3,82% para 3,81%. Para 2025, a previsão para a inflação passou de 3,51% para 3,52%.

Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano segue em 9%. Para 2025, a previsão também ficou estável em 8,50%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 subiu de 1,60% para 1,68%. Em 2025, a previsão para o PIB manteve a estabilidade, chegando a 2%.

A temporada de balanço de quarto trimestre continua nesta quinta-feira, com os números da Vale e B3. Na segunda-feira (26) será a vez da BRF.

No setor corporativo, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) divulgou na noite de ontem (21) o balanço do quarto trimestre de 2023, com prejuízo líquido de R$ 303 milhões, queda de 72,5% em comparação com o prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão registrado no mesmo período de 2022. Em 2023, o prejuízo líquido foi de R$ 2,2 bilhões, alta de 1.222,1% em comparação a 2022. O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 404 milhões, alta de 38,8% na comparação anual. Em 2023, o Ebitda ajustado foi de R$ 1,3 bilhão, alta de 13,9% em comparação a 2022.

A Vale assinou um acordo com a Anglo American para adquirir 15% de participação acionária e estabelecer uma parceria abrangendo a Anglo American Minério de Ferro Brasil, empresa que atualmente detêm o complexo Minas-Rio, e os recursos da Vale da Serra da Serpentina, no Brasil. A Anglo American continuará a controlar, gerenciar e operar Minas-Rio, incluindo qualquer futura expansão.

O Banco do Brasil atualizou nesta quarta-feira o valor de remuneração aos acionistas referente ao quarto trimestre de 2023 pela taxa Selic até 21 de fevereiro (data-base). O valor por ação dos dividendos agora é de R$ 0,22417639569 e o dos juros sobre o capital próprio complementar é R$ 0,62296721353.

A companhia de atacarejo Assaí reportou lucro líquido de R$ 297 milhões no quarto trimestre de 2023, uma queda de 26,8% em relação ao desempenho obtido no mesmo período do ano passado. A companhia explicou que o resultado representa um avanço de 60% em relação ao 3T23 e o maior patamar de 2023, com margem de 1,6%, reforçando a alavancagem operacional no período. Já o ebitda ajustado caiu 22,6% no intervalo frente ao mesmo período do ano passado, para R$ 1,4 bilhão. A margem ebitda ajustada subiu 0,5 ponto percentual, para 7,8% no quarto trimestre de 2023.