RADAR DO DIA: Inflação nos EUA; IPCA de fevereiro; Focus eleva inflação

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Imagem perspectiva mercados
Indicadores da Bolsa de Valores

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. O dia será marcado pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI na sigla em inglês) de fevereiro, nos Estados Unidos, e pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), de fevereiro, no Brasil.

Nos Estados Unidos, após os números forte do relatório oficial de emprego, conhecido como payroll, que mostrou a criação de 275 mil vagas em fevereiro ante projeção de 207,5 mil, a expectativa é saber como virão os índices do CPI e o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), que será divulgado na quinta-feira (14). Em janeiro, o CPI subiu 0,3% em janeiro ante dezembro. Na comparação anual, o CPI dos EUA subiu 3,1% em janeiro, desacelerando frente ao aumento de 3,3% de dezembro. O PPI também subiu 0,3% e, na comparação anual, o índice cresceu 0,9%.

O núcleo da inflação, que desconsidera as variações de preços de alimentos e energia, teve
alta mensal de 0,4% em janeiro (ante 0,3% em dezembro). Já o avanço anual foi de 3,9%, o mesmo registrado em dezembro.

A ferramenta CME FedWatch, que monitora a probabilidade de alterações nas taxas do Comitê Federal de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês), aponta que as apostas no início dos cortes em junho aumentaram após a divulgação do payroll. As probabilidades avançaram para 59,29%, em comparação com os 57,09%.

Por aqui, a expectativa é para o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de fevereiro. A previsão é de alta de 0,78% em fevereiro ante janeiro. No acumulado de 12 meses, até fevereiro, a alta projetada é de 4,46%. O IPCA-15 de fevereiro subiu 0,78% contra previsão de 0,83%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,49% e a expectativa era de 4,56%.

Segundo o Bradesco, o resultado do IPCA-15 de fevereiro “não altera nossas expectativas em relação ao nível e composição da inflação nos próximos meses. Em nosso último cenário, revisamos para baixo a projeção de alimentos por conta da diminuição do risco causado pelo El Niño. Por outro lado, o resultado da inflação de serviços subjacentes traz alguma cautela. Projetamos que o IPCA registre alta de 3,4% em 2024 e 3,2% em 2025 e entendemos que esses patamares equilibram os riscos”.

Nesta semana também saem os números do Caged, com dados sobre o mercado de trabalho em janeiro, na quarta-feira (13), os dados sobre o varejo em janeiro, na quinta-feira (14) e, na sexta-feira (15), o mercado ficará conhecendo o desempenho do setor de serviços no primeiro mês do ano.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 subiu de 3,76% para 3,77%. Para 2025, a previsão para a inflação ficou estável em 3,51%.

Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano segue em 9%. Para 2025, a previsão também ficou estável em 8,50%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 subiu de 1,77% para 1,78%. Em 2025, a previsão para o PIB manteve a estabilidade, chegando a 2%.

A temporada de balanços do quarto trimestre continua nesta semana, com dados da Localiza, Natura, Energisa, Casas Bahia, Eletrobras e Hypera, Cyrela, Eneva, Eztec, Lojas Renner e Yduqs.

No setor corporativo, a Natura divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2023, com prejuízo líquido consolidado de R$ 2,662 bilhões, alta de 199% em relação ao prejuízo registrado no mesmo período de 2022. Segundo a companhia, o resultado negativo foi impactado em R$ 1 bilhão (vs. R$ 121 milhões no 4T22) associado a operações descontinuadas (incluindo a venda da The Body Shop) e ao impairment da Avon de R$ 664 milhões. As despesas tributárias também foram maiores neste trimestre em comparação com o mesmo período de 2022, devido ao mix entre países lucrativos e deficitários. No ano, o lucro líquido foi de R$ 3 bilhões e, considerando a melhora consistente da rentabilidade e a confortável posição de caixa, o Conselho de Administração aprovou dividendos de R$ 979 milhões.

O tráfego total de veículos nas rodovias da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) registrou alta de 10,2% em fevereiro na comparação anual, para 100,057 milhões de veículos equivalentes, segundo boletim mensal de tráfego divulgado pela companhia ontem (11).

A Prio informou ontem que seu Conselho de Administração aprovou a criação de um novo programa de recompra de ações de emissão da própria Companhia até o limite de 89.205.993 ações ordinárias de emissão da Prio.

A Vale informou ontem que recebeu carta de renúncia de José Luciano Duarte Penido ao cargo de membro do Conselho de Administração da companhia. Diante desta manifestação, a Vale esclarece que o Conselho de Administração seguirá o curso regular de seus trabalhos, em conformidade com o Estatuto Social e as políticas corporativas da Vale, em linha com as legislações aplicáveis.

A Localiza divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2023, com lucro contábil de R$ 705,6 milhões, avanço de 59,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2023, o lucro contábil foi de R$ 1,803 bilhão, queda de 2,1% em comparação a 2022. Excluindo-se os impactos não-caixa advindos da amortização da mais valia e baixa de prejuízo fiscal, o lucro líquido ajustado somou R$ 750,9 milhões, crescimento de 17,8% em relação ao último trimestre de 2022. Em 2023, o lucro líquido ajustado foi de R$ 2,477 bilhões, queda de 9,7% em comparação a 2022.

O secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux, será indicado pelo Ministério da Fazenda para compor o Conselho de Administração da Petrobras, segundo informações veiculadas pela Globo News. Durante uma longa reunião nesta segunda-feira (11) no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que indicasse o mais rápido possível um nome para o Conselho de Administração da Petrobras.