RADAR DO DIA: Inflação nos EUA; FMI piora projeção fiscal brasileira

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Foto: Wagner Magni / freeimages.com

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. Ontem, o Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que mostra as
condições econômicas das 12 principais regiões do país, apontou que a atividade econômica em geral expandiu ligeiramente, desde o final de fevereiro. O documento relata que dez dos doze Distritos experimentaram crescimento econômico leve ou modesto, um aumento em relação aos oito relatórios anteriores, enquanto os outros dois relataram nenhuma mudança na atividade.

O relatório mostrou ainda que os movimentos nos preços das matérias-primas foram mistos, mas seis Distritos observaram aumentos moderados nos preços da energia. Outra percepção foi que a capacidade das empresas de repassar os aumentos de custos para os consumidores havia enfraquecido consideravelmente nos últimos meses, resultando em margens de lucro menores.

Hoje pela manhã saíram os números de novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, chegando a 212 mil. Os analistas previam 215 mil pedidos. Uma queda nos pedidos sugere que menos pessoas estão sem trabalho, enquanto uma alta indica o contrário. A
média móvel dos pedidos de seguro-desemprego feitos nas últimas quatro semanas, um indicador menos volátil, subiu em 250 para 214.500 mil pedidos.

Com economia norte-americana aquecida e a inflação ainda persistente, o mercado prevê que os juros não devem recuar antes do início do último trimestre. Nesta semana, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, afirmou que a inflação continuou alta durante o primeiro trimestre, introduzindo uma nova incerteza sobre quando e se o banco central seria capaz de reduzir as taxas de juros ainda este ano.

“Achamos que a política está bem posicionada para lidar com os riscos que enfrentamos. No momento, dada a força do mercado de trabalho e o progresso na inflação até agora, é apropriado permitir que a política restritiva tenha mais tempo para funcionar”, explicou Powell.

Por aqui, ontem, o Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou as projeções fiscais para o Brasil em 2024 e nos próximos anos na esteira da mudança das metas anunciada pela equipe econômica no início da semana. Com base no novo cenário, o País deve seguir no vermelho até o fim do governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e a dívida pública deve aumentar para patamares que só perdem para nações como o Egito e a Ucrânia.

O FMI estima que o Brasil tenha déficit primário de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e de 0,3% em 2025. Pelos cálculos da instituição, o País atingiria o zero a zero apenas em 2026, último ano da gestão de Lula. A partir de 2027, o Brasil voltaria para o azul, com superávit de 0,4% do PIB, seguido por melhorias ano a ano até 2029, última projeção divulgada pelo organismo.

Por outro lado, o FMI aumentou a projeção de crescimento do PIB mundial para 2024, passando de 3,1% para 3,2%. Segundo o FMI, os riscos ao cenário econômico global diminuíram desde outubro de 2023, levando a uma distribuição amplamente equilibrada de
possíveis resultados em torno da projeção de base para o crescimento global. Com as pressões inflacionárias diminuindo mais rapidamente do que o esperado em muitos países, os riscos para as perspectivas de inflação agora também estão amplamente equilibrados.

Hoje pela manhã, em entrevista à Globo News, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que a situação fiscal do país é delicada. “O país não tem condições de ter retrocesso na área fiscal”, alertou o secretário ao comentar os ruídos recentes em torno do cumprimento da meta fiscal e de ações no Congresso que comprometeriam o atingimento destes objetivos.

Sobre a possibilidade de mudança na política monetária, o secretário disse que a taxa real ainda é elevada. “Ainda temos muito espaço para cortar, caso haja condições para tal”, afirmou. Neste momento, disse, “estamos criando condições para o Banco Central ter tranquilidade para conduzir sua política monetária, com processo saudável de redução das taxas de juros.

No setor corporativo, a Petrobras informou que sua Diretoria Executiva aprovou a cessão da totalidade de sua participação nos campos de Cherne e Bagre, localizados em águas rasas na Bacia de Campos, para a Perenco Petróleo e Gás do Brasil Ltda (Perenco). A produção dos dois campos foi interrompida em março de 2020 e as respectivas plataformas estão hibernadas desde então. O valor a ser recebido pela Petrobras com a operação é de US$ 10 milhões, sendo US$ 1 milhão pagos na data de assinatura do contrato para a cessão dos ativos e o restante no fechamento da transação, sujeito aos ajustes previstos no contrato.

A Petrobras informou que sua Diretoria Executiva aprovou, por unanimidade, as medidas iniciais para a revitalização e futura retomada das operações da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), subsidiária integral da companhia. A planta, localizada no Paraná, está hibernada desde 2020. Situada ao lado da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), a Ansa tem capacidade de produção de 720 mil toneladas/ano de ureia e 475 mil toneladas/ano de amônia, além de 450 mil m3/ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32).

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na noite de ontem (17), em primeiro turno, projeto de lei que permite a adesão da cidade à privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Foram 36 votos favoráveis à adesão da
capital à privatização e 18 contrários. O projeto de lei 163/2024, apresentado pela prefeitura de São Paulo, precisa passar por uma segunda votação, mas ainda sem data marcada. As informações são do site da Câmara Municipal de São Paulo.

O conselho de administração do Banco do Brasil aprovou o Programa de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) para os exercícios de 2024 e 2025, além do Programa de Remuneração Variável de Administradores (RVA) para o exercício de 2024.

A Conselheira Elisa Vieira Leonel se absteve na aprovação dos Programas PLR e RVA devido à sua função no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos/Sest e a Conselheira Tarciana Paula Gomes Medeiros, Presidente do BB, se absteve na aprovação do Programa RVA para evitar qualquer potencial conflito de interesse.

A Raia Drogasil vai distribuir dividendos adicionais relativos ao exercício social de 2023, no
valor total de R$ 84,3 milhões correspondentes a R$ 0,049150927 por ação. O pagamento dos dividendos será realizado até 31 de maio de 2024, e farão jus aos dividendos os acionistas titulares de ações em 17 de abril de 2024.