RADAR DO DIA: Inflação nos EUA; Boletim Focus; Indefinição na Petrobras

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Foto: energepic.com / Pexels

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em instabilidade. O mercado mantém o radar em direção ao Índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, que será divulgado amanhã. Em fevereiro, o CPI subiu 0,4% em comparação a janeiro, e chegou a 3,2% em 12 meses encerrados em fevereiro, ou seja, acima de 3,1% registrado em janeiro na comparação anual.

Após um relatório de emprego (payroll) bem acima do esperado, com a criação de 303 mil vagas em março ante projeção de 200 mil vagas, nos EUA, o mercado acredita que Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve fazer dois cortes nas taxas de juros ao longo de 2024, e a redução não deve ultrapassar de 0,60 ponto percentual. A principal questão é saber quando acontecerá o primeiro corte.

O presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que não é preciso, necessariamente, haver uma desaceleração no crescimento do emprego para cortar as taxas de juros, desde que mais progresso esteja sendo feito na inflação. “No entanto, o relatório do índice de preços ao consumidor de março da próxima semana é agora indiscutivelmente a última posição para as esperanças de corte de taxas em junho. Se a inflação básica vier mais quente do que o esperado, o Fed provavelmente esperará até o segundo semestre deste ano”, afirmou Paul Ashworth, economista chefe para a América do Norte da Capital Economics.

A agenda internacional desta semana também trará a ata da último reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) dos dias 19 e 20 de março, a decisão do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira (11), sobre a taxa de juros na região, os índices de preços ao consumidor e ao produtor, estoques no atacado, estoques de petróleo,
pedidos de seguro-desemprego.

Por aqui, a expectativa é para a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), amanhã, referente a março. Em fevereiro, o IPCA subiu 0,83%, acima do índice de janeiro, que avançou 0,42%, e abaixo do índice de fevereiro de 2023, que subiu 0,84%. Em 12 meses, até fevereiro, a inflação acumulada é de 4,50% Sete dos nove grupos do IPCA tiveram alta no mês de fevereiro. Além de Educação (0,29 ponto percentual), o grupo de Alimentação e bebidas contribuiu com 0,20 p.p. no índice geral.

Em Brasília, as discussões sobre a permanência do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o pagamento de dividendos extraordinários continua. Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o debate relacionado à decisão sobre a distribuição de R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários está “bem encaminhado”. Segundo ele, a decisão cabe à empresa, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a par das discussões.

Sobre uma possível troca de comando da empresa, Haddad disse apenas que o tema não é de sua alçada e que trata com o presidente Lula apenas sobre os cenários econômicos para a estatal. O ministro disse que, dentro dos assuntos sobre os quais conversa com o chefe do Poder Executivo, não cabe discutir a atuação do presidente da petroleira, Jean Paul Prates.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 passou de 3,75% para 3,76%. Para 2025, a previsão subiu de 3,51% para 3,53%. Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano segue em 9%. Para 2025, a previsão também ficou estável em 8,50%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 subiu de 1,89% para 1,90%. Em 2025, a previsão para o PIB manteve a estabilidade, chegando a 2%. Para o dólar, as previsões para 2024 e 2025 também ficaram estáveis em comparação à semana passada. Para este ano a previsão é de R$ 4,95, e para o ano que vem, o dólar deve fechar a R$ 5.

No setor corporativo, a B3 informou que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) deu decisão desfavorável à empresa em um caso que questiona a amortização, para fins fiscais, doe ágio gerado pela incorporação de ações da Bovespa em 2008. O valor atualizado do processo, em 31 de dezembro de 2023, era de aproximadamente R$ 5,4 bilhões. A B3 disse que apresentará recurso à Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF no prazo regulamentar e reafirmou seu entendimento de que o Ágio foi constituído regularmente, em estrita conformidade com a legislação fiscal.

A Oi, em recuperação Judicial, informou que o Juízo da 7a Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro na qual tramita a recuperação judicial da companhia e de suas subsidiárias Portugal Telecom International Finance B.V. e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A. deferiu o adiamento da Assembleia Geral de Credores que seria retomada no dia 10 de abril de 2024, para o dia 17 de abril de 2024, bem como a prorrogação do stay period.A Petrobras informou que, em relação à notícia divulgada na mídia sobre possível transação tributária, “avalia tecnicamente a minuta do edital colocada em consulta pública, como é a prática regular sempre que são oferecidas alternativas em relação ao contencioso tributário.”

A Vibra Energia recebeu correspondência informando que os fundos geridos discricionariamente pela Dynamo Administração de Recursos e pela Dynamo Internacional Gestão de Recursos passaram a deter 111.856.700 ações ordinárias de emissão da companhia, bem como instrumentos derivativos de liquidação física correspondentes a 3.229.500 ações ordinárias, representando 10,28% do capital da companhia.

A PetroReconcavo informa que divulgou uma nova certificação de reservas e recursos da companhia, elaborada pela consultoria independente Netherland, Sewell & Associates, Inc., com data de referência de 31 de dezembro de 2023, e que inclui as reservas dos campos que compõem os Ativos Potiguar e Bahia, a exceção do Campo de Tartaruga.

A Cyrella informou que foi aprovada emissão de debêntures não conversíveis em ações, em até três séries, no valor total de R$1,250 bilhão, que serão vinculadas como lastro para a emissão de certificados de recebíveis imobiliários (CRI), através de um contrato com a Oliveira Trust Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A.