RADAR DO DIA: Bancos em alerta; Lula e a nova meta fiscal; PNAD Contínua

601
Foto: Sergey Klimkin / freeimages.com

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. Depois de uma semana recheada de fortes emoções, finalmente a sexta-feira chega para dar um alívio aos investidores. As fortes emoções começaram com a falência dos bancos SVB (Silicon Valley Bank), 16o maior banco dos EUA, e do Signature Bank. Em seguida, foi a vez do banco suíço Credit Suisse, que viu suas ações derreteram 25%, depois que o principal acionista do banco, o Saudi National Bank (SNB), da Arábia Saudita, descartar a possibilidade de oferecer mais assistência financeira à instituição.

Ontem, foi a vez do banco First Republic receber ajuda financeira de um grupo de grandes bancos norte-americanos, que confirmaram uma injeção de crédito no valor de US$ 30 bilhões. O efeito foi imediato, as ações saíram dos 20% negativos para 11% positivos. Um dia antes, o Credit Suisse também sobreviveu depois que o Banco Central da Suíça anunciou que emprestaria US$ 54 bilhões para garantir liquidez de curto prazo.

Depois da tempestade, o que fica é a certeza de que a crise de confiança no sistema bancário não termina aqui, e que a política de juros altos patrocinados por vários bancos centrais tem, como em quase tudo, o lado bom e ruim. O aumento dos juros serve para combater a inflação alta, mas também deixa os bancos em uma situação complicada, desvalorizando os títulos de renda fixa dessas instituições, que são atingidos pela crise de crédito e os saques dos seus clientes.

E para deixar tudo ainda mais emocionante, na próxima quarta-feira (22), além da decisão do Banco Central do Brasil sobre o tamanho da taxa Selic, o dia será marcado pela decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) sobre os juros nos Estados Unidos. Após a quebradeira dos bancos, o mercado acredita que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode frear sua escalada de alta dos juros e manter a taxa na atual faixa entre 4,5% e 4,75%.

Por aqui, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentará hoje os detalhes da nova regra fiscal que substituirá o teto de gastos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após a apresentação, caberá ao presidente Lula definir a data de divulgação do projeto. Haddad disse não saber definir se as medidas serão divulgadas antes ou depois da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas o presidente disse que a divulgação deve ocorrer antes de sua viagem à China, que acontecerá até o fim de março.

Hoje será divulgada a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua(PNAD Contínua) referente a janeiro. O último resultado, referente a dezembro, a PNAD ficou em 7,9% no trimestre móvel encerrado. A taxa de desemprego média no em 2022 foi de 9,3%.

Por fim, ontem saiu a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre os juros na zona do euro, que foi elevada em 0,50 pontos percentuais. Após a anúncio, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que, para ela, não há escolha (“trade-off”) entre a estabilidade financeira e o combate da inflação. Lagarde lembrou ainda que as projeções do BCE foram finalizadas no início de março e não incorporam o impacto das tensões no setor bancário dos últimos dias.

A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 1,3 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), crescimento de 3,3% em relação a igual período do ano anterior. Segundo a companhia, o resultado foi favorecido pelos bons resultados obtidos no segmento de Geração, incluindo o efeito extraordinário da remensuração de Enercan, parcialmente compensado pelo resultado negativo do segmento de Distribuição em função da contabilização do acordo fiscal do Plano de Pensão da CPFL Paulista.

O Fleury registrou lucro líquido de R$ 31 milhões no quarto trimestre de 2022 em comparação ao mesmo período do ano anterior, uma queda de 56,3%. Em 2022, o lucro líquido diminuiu 12% e somou R$ 307 milhões, na mesma base de comparação. Segundo a companhia, a desaceleração do crescimento em 4T22 foi principalmente devido ao impacto conjuntural da realização inédita de uma Copa do Mundo entre novembro e dezembro e a retomada da sazonalidade esperada das festas de final de ano que, na prática, reduziram os dias normais de atendimento a clientes.

A incorporadora Cyrela Brazil Realty reportou lucro líquido de R$ 208 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22), baixa de 4,5% na comparação com o quarto trimestre do ano anterior. Segundo a companhia, os números foram impactados R$ 51 milhões na linha de Equivalência Patrimonial referente à participação da Cyrela no resultado das JVs, da seguinte forma: R$ 20 milhões da Cury, R$ 20 milhões da Plano&Plano e R$ 12 milhões da Lavvi.

A Ecorodovias reportou lucro líquido recorrente de R$ 194,5 milhões no quarto trimestre de 2022, quase três vezes maior que R$ 69,3 milhões apurados no mesmo intervalo do ano anterior, devido, principalmente, ao incremento do ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado.

A Eztec divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucrou líquido de R$ 31,5 milhões, queda de 56,5% em relação ao mesmo período de 2021. A receita líquida chegou a R$ 310,8 milhões, alta de 76,2%, e a bruta com venda de imóveis e prestação de serviços e locações chegou R$ 348,2 milhões, crescimento de 71,5%. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 25,2 milhões, recuou de 49,8% na comparação anual. A companhia também aprovou o pagamento de dividendos sob os lucros trimestrais. O montante total será de R$ 7,5 milhões, aproximadamente R$ 0,03 (três centavos) por ação a serem pagos no dia 31 de março de 2023.

A Energisa divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$ 382,9 milhões, alta de 16,5% na comparação com o mesmo período de 2021. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 1,55 bilhão, crescimento de 9,1% em relação ao último trimestre de 2021. A receita líquida consolidada foi de R$ 6,66 bilhões, queda de 6,3% na comparação com o mesmo período de 2021.