RADAR: Atenção a surpresa com Copom, BB e Ambev

637

São Paulo – A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a Selic em 0,75 ponto porcentual (pp), para 3,00% ao ano, e sinalizar que a taxa pode cair a 2,25% na próxima reunião, deve ser a principal notícia movimentando o mercado brasileiro hoje, principalmente porque a expectativa de analistas era de um corte menor nos juros, para 3,25% ao ano.

Entre as empresas, os destaques vão para a Ambev e o Banco do Brasil, que anunciaram queda no lucro do primeiro trimestre.

O lucro líquido da Ambev caiu 58,6% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, a R$ 1,107 bilhão, pressionado essencialmente por perdas com operações financeiras, apesar de a empresa também ter registrado queda nas vendas. A Ambev disse que no segundo trimestre terá “grande impacto” em sua rentabilidade.

O lucro líquido do Banco do Brasil no primeiro trimestre caiu 20,0% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 3,205 bilhões, enquanto o resultado ajustado, que exclui itens não recorrentes, diminuiu 20,1%, para R$ 3,395 bilhões. O saldo de provisões contra perdas com empréstimos aumentaram 20,9% na comparação anual e 5,6% em base trimestral, para R$ 42,010 bilhões.

A Totvs obteve lucro líquido ajustado de R$ 62,873 milhões no primeiro trimestre de 2020, crescimento de 43,5%, ante os R$ 43,873 milhões reportados em igual período de 2019. Sem considerar o ajuste, o lucro líquido cresceu 42,7%, para R$ 62,607 milhões.

No âmbito político, o Senado aprovou ontem o Projeto de Lei Complementar (PLP) 39/2020, que prevê repasses de R$ 60 bilhões em recursos da União para estados e municípios para compensar a perda de arrecadação durante a pandemia do novo coronavírus. O texto segue para sanção presidencial.

Além disso, o ministro da Saúde, Nelson Teich, disse que algumas cidades brasileiras precisarão adotar medidas para permitir apenas o funcionamento de serviços essenciais – o chamado lockdown – para conter a disseminação do novo coronavírus, causador da covid-19.

Ele acrescentou que o governo federal já definiu os critérios que devem ser usados para definir o grau de distanciamento social a ser seguido pelas cidades, mas que está esperando haver consenso em torno da proposta para que ela seja vista como um plano efetivamente nacional, e não como algo determinado unicamente pelo governo federal.