RADAR: Atenção a siderúrgica após declarações de Trump

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São Paulo – Os principais índices acionários do mundo operam em direções mistas nesta manhã com os investidores digerindo uma nova escalada das tensões comerciais após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir restabelecer tarifas a importações de aço e de alumínio do Brasil e da Argentina.

O gesto do presidente americano veio em um momento que os Estados Unidos e a China encontram dificuldades para superar as divergências e finalizar um acordo comercial preliminar, anunciado em outubro.

Os Estados Unidos vão tarifar a importação de aço e alumínio brasileiros. Segundo Trump, o Brasil e a Argentina vêm desvalorizando suas moedas para incentivar exportações, o que vem causando prejuízo para os agricultores de lá, e as novas tarifas são uma forma de retaliação.

É a segunda frustração do Planalto em relação a Trump. A primeira foi a não inclusão do Brasil na lista dos recomendados à OCDE.

Ainda falando de Trump, ele disse que pode esperar até as eleições presidenciais norte-americanas, que vão ocorrer em novembro do ano que vem, para concluir um acordo comercial com a China.

“De certa forma, eu gosto da ideia de esperar até depois da eleição para o acordo na China, mas eles querem fazer um acordo agora e veremos se o acordo será ou não correto”, disse Trump a repórteres em Londres, onde participa da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Ao ser questionado sobre um prazo para o acordo, Trump disse: “Não tenho prazo, não”. Ele acrescentou: “De certa forma, acho melhor esperar até depois da eleição, se você quer saber a verdade.” Segundo o presidente, os Estados Unidos estão indo muito bem com a China, e única coisa que importa sobre o acordo é se ele quer fazê-lo.

O jornal “O Globo” deu que o ministro Paulo Guedes discute com a equipe econômica a inclusão do Banco do Brasil na lista de privatizações que será enviada ao Congresso no ano que vem.

Oficialmente, o Ministério da Economia nega a intenção de privatizar a instituição, mas o assunto foi abordado em reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) há duas semanas.

Segundo o jornal, o primeiro desafio de Guedes é convencer o presidente Jair Bolsonaro a aceitar a venda. Enquanto isso, emissários do ministro tentam sentir o clima do Congresso sobre como a eventual proposta seria recebida por parlamentares. É preciso a aprovação de uma lei específica para privatizar o BB.

A alta recente do preço da carne pode continuar pesando pelos próximos anos, afirmam especialistas em comércio exterior. Motivada pelo crescente apetite chinês e a proximidade das festas de fim de ano, alguns cortes registraram valorização de até 50% nos supermercados do Rio.

EMPRESAS

A Vale suspendeu ontem a disposição de rejeitos na barragem Laranjeiras, advindos da mina de Brucutu, a maior de Minas Gerais, enquanto conduz avaliações sobre as caraterísticas geotécnicas da barragem. O risco é do tipo 1, sem precisar remover a população do entorno da barragem.

As ações da Vale (VALE3) fecharam em alta de 2,72% ontem, descoladas da declaração de Trump sobre taxações, refletindo novas metas divulgadas durante o Vale Day, como a previsão de investimento total de US$ 5 bilhões em 2020 e 2021. Hoje pode haver alguma correção ou realização.

A Petrobras iniciou a etapa de divulgação da venda de sua participação nos campos terrestres de Dó-Ré-Mi e Rabo Branco, ambos pertencentes á concessão BT-SEAL-13, e estão localizados na bacia de Sergipe-alagoas.

A agência de classificação de riscos Standard & Poor’s (S&P) afirmou a nota de crédito da Suzano em BBB-, mas revisou a perspectiva de estável para negativa.

Allan Ravagnani e Wilian Miron / Agência CMA