Produção industrial cresce pelo 6º mês em outubro, mas abaixo do esperado

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Foto: Itamar Aguiar Palácio Piratini/IBGE

São Paulo – A produção industrial brasileira cresceu pelo sexto mês consecutivo, em +1,10% em outubro em relação a setembro, mantendo o ritmo de recuperação após eliminar as perdas de quase 30% acumuladas entre março e abril, sob impacto da pandemia de coronavírus, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mensal ficou abaixo da previsão, de +1,40%, segundo a mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA.

Já na comparação anual, a produção industrial brasileira subiu 0,30%, mantendo o ritmo de alta iniciado no resultado anterior, após dez resultados negativos seguidos. O resultado também ficou abaixo da mediana das expectativas, de +1,20%, ainda conforme o Termômetro CMA. Com isso, a indústria nacional acumula perdas de 6,3% nos dez primeiros meses deste ano e de 5,6% nos últimos 12 meses até outubro.

Segundo o IBGE, a atividade industrial acumula ganhos de 39,0% em seis meses seguidos de alta, eliminando os 27,1% acumulados em março e abril. Com isso, o indicador está 1,4% acima do patamar de fevereiro. O gerente da pesquisa, André Macedo, destaca que o crescimento em outubro refletiu um comportamento diferente dos últimos meses, quando os avanços eram disseminados entre os ramos.

“Mesmo com essa sequência de altas e a recuperação ao patamar de fevereiro, o acumulado do ano ainda é negativo”, explica Macedo. Ele acrescenta que, ainda assim, a indústria está 14,9% abaixo do nível recorde de produção, alcançado em maio de 2011.

A abertura do dado mensal mostra que houve alta em 15 das 26 atividades pesquisadas, com avanço generalizado em todas as grandes categorias. Entre elas, a que influência mais positiva foi, pelo sexto mês seguido, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (+4,7%), acumulando expansão de 1.075,8% no período, mas ainda 9,1% abaixo do patamar de fevereiro. Por outro lado, o ramo de produtos alimentícios (-2,8%) liderou os destaques negativos.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a setembro, bens de consumo duráveis cresceram 1,4%, enquanto bens de capital avançaram 7,0%, somando seis meses de ganhos. Já bens intermediários e bens de consumo semi e não-duráveis tiveram ligeira queda de 0,2% e de 0,1%, respectivamente, interrompendo a sequência de cinco altas seguidas.

No confronto com igual mês do ano anterior, o setor industrial registrou resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas e em 16 dos 26 ramos pesquisados. O IBGE observa que outubro deste ano teve dois dias úteis a menos na comparação com o mesmo mês do ano anterior, totalizando 21.

Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-14,6%) exerceu a maior influência negativa. Na outra ponta, destaque para a alta em bebidas (9,9%) e máquinas e equipamentos (+9,4%). Entre as quatro grandes categorias econômicas, houve queda em bens de consumo duráveis (8,3%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-3,4%). Na outra ponta, cresceram bens intermediários (3,2%) e bens de capital (2,1%), após dois meses de queda.