Privatizar estatais de saneamento pode valer até R$ 139 bilhões

503

Por Leandro Tavares

São Paulo – Um levantamento elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério da Economia comparou empresas de capital misto com empresas de controle privado, que apontou que, se totalmente privatizadas, as estatais de saneamento poderiam valer até R$ 139 bilhões.

O estudo usou como base de cálculo o valor dos ativos de cada empresa e comparando as 22 principais estatais de saneamento com as empresas de energia elétrica privatizadas ao longo da década de 1990.

Por outro lado, o levantamento mostra que, mantendo o controle público, elas só valeriam R$ 60 bilhões. Como para manter o controle os governos só poderiam vender metade das ações seriam levantados apenas R$ 30 bilhões, o que na avaliação da Secretaria não faz sentido.

Para o secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, se a necessidade de resolver esse problema já é um consenso, a forma de resolvê-lo ainda não é. “Ignorando a realidade, muitos insistem em defender a manutenção do modelo atual, baseado no monopólio de empresas estatais”.

Segundo ele, deixa-se um valor de cerca de R$ 109 bilhões sobre a mesa, num momento em que a restrição fiscal atinge os serviços mais básicos oferecidos pelo Estado, como saúde, segurança e educação. Para Mac Cord, esse valor seria suficiente para construir quase 50 mil Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) pela média do PAC, de R$ 2,2 milhões.

O secretário lembra ainda que a liberalização dos setores de energia elétrica e telecomunicações foi responsável pela universalização desses serviços em todo o país. “Não há porque duvidar que no saneamento básico seria diferente”.