Previsão para Selic em 2020 cai 0,25 pp, a 5%, diz Focus

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Por Gustavo Nicoletta

São Paulo – O mercado financeiro reduziu a previsão para a taxa Selic ao fim de 2020 de 5,25% para 5,00%, igualando-a à estimativa para a taxa ao final de 2019, de acordo com estimativas divulgadas no relatório Focus, do Banco Central.

A projeção significa que os economistas preveem redução de 1 ponto percentual (pp) na taxa básica de juros até o fim deste ano, considerando-se o nível atual de 6,00%, e nenhuma alteração na taxa até o encerramento do ano que vem.

A previsão para a Selic ao fim de 2021 foi mantida em 7% pela nona semana consecutiva, enquanto a estimativa para 2022 continuou em 7% pela oitava vez seguida.

A estimativa de juros menores até o final deste ano e no decorrer de 2020 foram acompanhadas por revisões para baixo nas previsões de inflação.

Segundo os economistas consultados pelo Banco Central, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve terminar 2019 em 3,45%, a sexta queda consecutiva na projeção, que na semana passada estava em 3,54%.

Para os próximos 12 meses, a estimativa de inflação recuou para 3,41%, de 3,53% na semana anterior.

Para 2020, a previsão do IPCA também foi revisada para baixo, de 3,82% para 3,80%, de 3,90% há quatro semanas, ao passo que para 2021 seguiu em 3,75% pela 40ª semana. Para 2022, a previsão ficou em 3,50% pela sétima vez.

A previsão para os preços administrados em 2019 recuou de 4,60% para 4,50%. Há um mês, esta estimativa estava em 4,80%. Considerando-se os próximos meses, a projeção do mercado financeiro para o IPCA em setembro caiu pela quarta vez seguida, de 0,15% para 0,09%. Há um mês, a projeção era de 0,20%. Para outubro, a estimativa diminuiu pela quinta semana, de 0,20% para 0,16%.

CRESCIMENTO DO PIB

Os economistas ouvidos pelo Banco Central mantiveram a estimativa para o crescimento da economia brasileira em 2019 em 0,87%, sem alteração em relação à semana anterior. Há quatro semanas, a estimativa era de 0,83%, segundo o relatório de mercado Focus. Para 2020, a previsão de crescimento caiu de 2,07% para 2,00%. Há um mês, a estimativa era de 2,20%.

Para 2021 e 2022, as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foram mantidas em 2,50% pela 131a e 73a semanas, respectivamente.

A projeção para a dívida líquida do setor público como proporção do PIB em 2019 caiu de 56,57% para 56,10%, enquanto para 2020 diminuiu de 58,55% para 58,30%. Para 2021, a relação encolheu de 60,60% para 60,05%, enquanto para 2022 a taxa caiu de 61,90% para 60,65% do PIB.

A projeção de déficit primário piorou para 2019 e 2022. Para este ano, os economistas passaram a prever saldo negativo de 1,39% do PIB, ante 1,37% na semana passada. Para 2022, a previsão saiu de um resultado primário estável e passou a ser de déficit de 0,1% do PIB.

As previsões para o resultado primário de 2020 e 2021 ficaram estáveis em déficits de 1,00% e de 0,50% do PIB, respectivamente.

CÂMBIO

O mercado financeiro elevou pela quinta semana seguida a estimativa para a taxa de câmbio ao final deste ano, de R$ 3,87 para R$ 3,90. Há quatro semanas, a previsão estava em R$ 3,78.

Para 2020, a previsão também subiu, pela terceira vez consecutiva, passando de R$ 3,85 para R$ 3,90. Há quatro semanas, a previsão estava em R$ 3,81. Para 2021 e 2022 as previsões para a cotação do dólar aumentaram, respectivamente, de R$ 3,88 para R$ 3,90 e de R$ 3,90 para R$ 3,95.