Prejuízo líquido da CVC diminui 33,6%, para R$ 96,8 milhões no quarto trimestre de 2022

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Foto divulgação: CVC Viagens

São Paulo – A CVC Corp registrou prejuízo líquido de R$ 96,8 milhões no quarto trimestre de 2022, queda de 33,6% em relação ao mesmo período do ano anterior (-R$ 145,8 milhões), devido à melhora do resultado operacional. O ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 4,2 milhões no período, 52,4% menor que o visto na comparação anual.

A receita líquida aumentou 2,4% no intervalo e alcançou R$ 321,4 milhões, com o crescimento das reservas parcialmente contraposto, por retração no take rate (percentual da receita líquida sobre as reservas), em virtude do mix de negócios e de produtos, como o aumento das vendas de produto marítimo e menor ocupação em produtos exclusivos em certas localidades.

O take rate da CVC caiu 0,4 pp e alcançou 8,7% no 4T22, refletindo o forte crescimento do produto marítimo, que apesar de possuir menor take rate nominal, quando comparado a outros produtos, não requer capital de giro. A companhia lembra que o 4T21 foi sustentado pelo aumento de viagens, sobretudo domésticas, devido à maior disponibilidade de voos e a demanda reprimida, favorecendo momentaneamente o take rate. Desta forma, o take rate do 4T22 foi 0,4 ponto percentual inferior ao reportado no 4T21.

No âmbito operacional, as reservas confirmadas somaram R$ 3,45 bilhões, alta de 13,5% ante igual intervalo do ano anterior, enquanto as reservas consumidas avançaram 7,2% no trimestre, para R$ 3,69 milhões na mesma base de comparação.

Em relação ao endividamento, o saldo em debêntures da CVC somava R$ 896,7 milhões ao final de 2022, inferior aos R$ 990,1 milhões verificados ao fim de 2021 devido a amortização de R$ 100 milhões em junho último e cerca de metade do endividamento bruto verificado ao final de 2019 (pré-pandemia).

Em seu balanço, a companhia afirma que “desde 2020, a CVC Corp vem envidando esforços para melhor equalização de sua estrutura de capital e gestão do seu passivo, que cresceu de forma acelerada nos anos anteriores pelas aquisições de empresas realizadas no Brasil e na Argentina.”

Entre as diversas ações mencionadas, a companhia explica que “chegou a um acordo com debenturistas representando mais de 75% das debêntures em circulação da 4 emissão de cada série e 100% das debêntures em circulação da 5 emissão para reperfilamento(…), de modo a alongar o perfil de sua dívida, e na redução do endividamento, por meio da amortização de R$ 124 milhões quando da conclusão da celebração dos aditamentos às respectivas escrituras das debêntures.”

Segundo o detalhamento do acordo em seu balanço, em 31/12/2022, os saldos das emissões eram de R$ 388 milhões, R$ 211,7 milhões e R$ 297,3 milhões. O aditamento proposto prevê novas condições de financiamento, como alteração das taxas CDI+6%, 6,5% e 5,75% ao ano para CDI+5% aa, pagamento de juros semestral até maio de 2024.

“Com a conclusão desse reperfilamento a Administração entende estar melhor equacionado, pelos próximos anos, os vencimentos da dívida ao seu fluxo de caixa previsto, de forma a não comprometer sua capacidade de crescimento e investimento em suas operações. Adicionalmente, o endividamento bruto da Companhia é novamente reduzido e atinge o menor patamar desde dez/2017”, diz a empresa, no release de resultados.

“Ainda que o endividamento atual esteja condizente com o porte e momento da Companhia, seguirá avaliando possibilidades para reduções adicionais do endividamento, a depender de como evoluírem as condições de mercado dos próximos anos.”

A implementação do reperfilamento está sujeita à concordância desses debenturistas em relação aos documentos definitivos do reperfilamento, bem como de sua aprovação nas respectivas assembleias gerais de debenturistas, sendo a da 4 emissão de debêntures a ser realizada em 06/04/2023.

Em 2022, o prejuízo registrado foi de R$ 433,4 milhões, 10,9% inferior ao reportado em 2021, R$ 486,6 milhões, e avanço de 47,9% na receita líquida, para R$ 1,2 bilhão, reflexo do desempenho nas reservas consumidas, contribuindo para a melhora dos resultados operacionais. No ano, a CVC reverteu o ebitda ajustado para R$ 72,6 milhões, ante resultado negativo de R$ 218,8 milhões em 2021. No ano, as reservas Confirmadas e Consumidas cresceram respectivamente 56% e 64%, na comparação anual, por retomada de vendas de todas as unidades.