Prejuízo líquido da Braskem recua 8% no 4° trimestre de 2023

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Foto: Divulgação/Braskem

São Paulo, SP – A Braskem divulgou o balanço do quarto trimestre de 2023, com prejuízo líquido de R$ 1,575 bilhão, queda de 8% em relação ao prejuízo líquido registrado no
último trimestre de 2022. Em 2023, o prejuízo líquido foi de R$ 4,579 bilhões, alta de 1,264% em comparação ao prejuízo líquido de 2022. A companhia registrou prejuízo líquido atribuível aos acionistas de R$ 4,6 bilhões, em função, principalmente, dos menores spreads petroquímicos no cenário internacional pressionados pelo desbalanceamento entre oferta e demanda global; e dos complementos de provisão relacionada ao evento geológico de Alagoas.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente foi de R$ 1,049 bilhão, bem acima do Ebitda recorrente negativo de R$ 168 milhões do quarto trimestre de 2022. Em 2023, o Ebitda recorrente foi de R$ 3,737 bilhões, queda de 65% em relação a 2022.

Segundo a companhia, o resultado é reflexo da priorização de vendas com maior valor agregado e otimização do mix vendas; pelo aumento de 7 mil toneladas, ou 10%, no exportações de principais químicos; pelo aumento de 16 mil toneladas, ou 8%, nas exportações de resinas no segmento Brasil/América do Sul; pela redução de cerca de R$ 186 milhões com despesas gerais e administrativas como resultado da implementação das iniciativas corporativas de redução de custo fixo; e reconhecimento no resultado do REIQ no montante de cerca de US$ 20 milhões (R$ 97 milhões), referente à apuração dos créditos fiscais do 4T23.

A receita líquida foi de R$ 16,691 bilhões, queda de 12% em comparação ao quarto trimestre de 2022. Em 2023, a receita líquida foi de R$ 70, 569 bilhões, queda de 27% em relação a 2022.

O lucro bruto foi R$ 1,008 bilhão, acima do prejuízo bruto de R$ 78 milhões registrado no mesmo período de 2022. Em 2023, o lucro bruto foi de R$ 3,021 bilhões, queda de 73% em comparação a 2022.

A companhia realizou investimentos corporativos no valor de aproximadamente R$ 3,8 bilhões em 2023, 6% inferior a estimativa inicial de R$ 4 bilhões em função, principalmente, da otimização e priorização de investimentos.

Em 31 de dezembro de 2023, o saldo da dívida bruta corporativa era de US$ 8,7 bilhões, sendo 95% dos vencimentos concentrados no longo prazo e 5% no curto prazo. Em relação a dívida líquida, o saldo no final de 2023 era de US$ 5,1 bilhões e se manteve estável quando comparado com o 3T23. A dívida corporativa em moeda estrangeira representava, no final do exercício social de 2023, 88% da dívida total da companhia.

Em 31 de dezembro de 2023, o prazo médio do endividamento corporativo era de cerca de 11,8 anos, sendo 61% das dívidas concentradas de 2030 em diante. O custo médio ponderado da dívida corporativa da Companhia era de variação cambial + 6,1% a.a.

2024

O investimento previsto para ser realizado ao longo de 2024 pela Braskem (ex-Braskem Idesa) US$ 440 milhões (R$ 2,2 bilhões), cerca de 37% inferior à média histórica dos últimos 7 anos (US$ 700 milhões), e que podem ser classificados da seguinte forma:
Investimentos operacionais: (i) paradas programadas de manutenção de algumas plantas de resinas no Brasil, Estados Unidos e Alemanha; (ii) investimentos regulatórios e relacionados a segurança de processo (iii) programa de integridade mecânica dos ativos e aquisição de sobressalentes; e (iv) investimentos em Inovação & Tecnologia, incluindo o novo laboratório de Boston nos Estados Unidos. Investimentos estratégicos: (i) desenvolvimentos tecnológicos; e (ii) continuação da construção da unidade de dessulfurização para reduzir os níveis de emissões atmosféricas e aumentar a eficiência energética da central petroquímica do Rio Grande do Sul.

Os investimentos relacionados aos Macro-Objetivos para o desenvolvimento sustentável totalizam US$ 87 milhões (R$ 437 milhões), 20% dos investimentos corporativos, direcionados principalmente para projetos relacionados a saúde e segurança, combate a mudanças climáticas e inovação sustentável

OPERACIONAL

A demanda de resinas no mercado brasileiro (PE, PP e PVC): queda em relação ao 3T23 (-6%) explicada, principalmente, pela (i) menor demanda de PE e PP dos setores de embalagens, higiene e eletrodomésticos; e (ii) menor demanda de PVC no 4T23, impulsionada pelo processo de desestocagem da cadeia de transformação. Em relação ao 4T22, a queda (-4%) é explicada pela menor demanda de PE dos setores de higiene, bebidas e adesivos.

Taxa média de utilização das centrais petroquímicas: redução em relação ao 3T23 (-2 p.p.) e em relação ao 4T22 (-6 p.p) é explicada pela (i) parada programada para manutenção na central petroquímica da Bahia com duração de cerca de 50 dias; (ii) menor disponibilidade de matéria-prima para a central petroquímica de São Paulo devido a parada programada de manutenção de fornecedor nacional; e (iii) adequação da produção frente a menor demanda global.

Volume de vendas de resinas: no mercado brasileiro, o volume de vendas de resinas foi menor em relação ao 3T23 (-11%) explicado, principalmente, pela (i) priorização de vendas com maior valor agregado; e (ii) pela sazonalidade do período. Em relação ao 4T22, o volume de vendas de resinas no mercado brasileiro foi menor (-9%) devido ao maior volume de PE vendido no último trimestre de 2022 devido a maior demanda neste período.

As exportações no 4T23 foram maiores quando comparadas com o 3T23 (+2%) e com o 4T22 (+8%) em função, principalmente, de oportunidade comerciais de PE e PP na América do Sul.

Volume de vendas dos principais químicos No mercado brasileiro, as vendas foram maiores em relação ao 3T23 (+2%) em função da normalização da produção de alguns clientes que
realizaram paradas programadas nos últimos meses. Em relação ao 4T22, a redução (-15%) é explicada, principalmente, (i) pelas paradas programadas realizadas por clientes durante o 4T23, com destaque para clientes de paraxileno; (ii) pela menor demanda de estireno; e (iii) pelo menor volume de venda de gasolina no mercado brasileiro.

As exportações foram menores (-9%) em comparação com o 3T23, explicado pela menor disponibilidade de produto para venda devido a parada programada na central petroquímica da Bahia. Em relação ao 4T22, o crescimento (+10%) é explicado pelo maior volume de gasolina exportado, em função de melhores oportunidades comerciais no mercado internacional de combustíveis.