Powell prevê cortes em 2024, mas não vê pressa em aliviar política monetária

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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell / Foto: Fed

São Paulo – Apesar de uma sequência de dados econômicos recentes mais forte do que o esperado nos Estados Unidos este ano, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, disse nesta quarta-feira que a expectativa de queda da inflação deve permitir cortes nas taxas de juros este ano.

“Os membros do Fomc continuam a acreditar que a taxa de juros está provavelmente no seu pico para este ciclo de aperto. Se a economia evoluir amplamente como esperamos, a maioria dos membros vê como provável que seja apropriado começar a reduzir a taxa básica de juros em algum momento deste ano”, disse Powell em discurso preparado para um evento na Universidade de Stanforfd.

A autoridade monetária, porém, ao comentar sobre as preços sobre os preços mais fortes do que o esperado, disse que ele e seus colegas do Comitê Geral do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) não têm pressa em aliviar a política monetária.

“Sobre a inflação, é muito cedo para dizer se as leituras recentes representam mais do que apenas um impulso”, disse Powell. “Não esperamos que seja apropriado reduzir nossa taxa de juros até que tenhamos maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável para baixo em direção a 2%.

Powell ainda afirmou que os sinais de inflação mais firme do que o esperado em janeiro e fevereiro ainda não abalaram a visão do Fed de que o crescimento dos preços continuará desacelerando, apesar de algumas turbulências.

“Os dados recentes ainda não modificaram materialmente a perspectiva geral, que continua sendo de crescimento sólido, um mercado de trabalho forte, mas em reequilíbrio, e uma inflação se movendo em direção a 2% em um caminho às vezes acidentado”, disse ele.

O líder do Fed apontou sinais de que as condições do mercado de trabalho estão menos apertadas do que têm sido nos últimos anos, o que aliviou as preocupações de que os salários e os preços possam subir em conjunto.

“A recuperação das cadeias de suprimentos globais ajudou a lidar com a demanda reprimida por bens, particularmente em setores que enfrentaram escassez considerável, como o de automóveis”, explicou Powell. “À medida que o progresso na inflação continua e a apertada situação do mercado de trabalho se alivia, esses riscos continuam a se equilibrar melhor”, concluiu.