Possíveis impactos do novo coronavírus na economia forçou BCE a agir

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Sede do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt. Foto: Divulgação/ BCE

São Paulo – A preocupação com os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus levaram os membros do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) a adotar mais medidas de afrouxamento monetário, de acordo com a ata da reunião mais recente, realizada no dia 18 de março.

“Diante do risco de a transmissão da política monetária do BCE se tornar significativamente prejudicada, houve uma necessidade urgente de o Conselho do BCE reavaliar sua posição política e instrumentos para lidar com as consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus em evolução”, diz a ata.

Na ocasião, o BCE lançou o programa de compra de emergências pandêmicas (PEPP, na sigla em inglês), um novo plano de compra de ativos no valor de US$ 750 bilhões, incluindo títulos do setor público e privado, e flexibilizando alguns limites autoimpostos às compras, ao menos até o final deste ano. As principais taxas de juros foram mantidas inalteradas.

Na reunião anterior, de 11 e 12 de março, o BCE havia anunciado a compra de mais 120 bilhões de euros em ativos até o final do ano. Desde então, porém, a situação piorou, segundo a ata, e quase todos os países da eurozona adotaram medidas de contenção ante a rápida disseminação da covid-19.

“Ficou claro que a atividade econômica em toda a zona do euro diminuiria consideravelmente, principalmente porque mais países enfrentariam a necessidade de intensificar as medidas de contenção”, diz a ata, citando que “há um risco significativo de uma grande recessão”. Além disso, “também ficou claro que isso acrescentaria graves riscos de queda às perspectivas de inflação”.

Alguns membros, porém, questionaram a necessidade de um novo programa.
“Embora esses membros concordassem com a clara necessidade de ação, eles expressaram uma preferência por empregar o kit de ferramentas existente do Conselho do BCE, como ampliar o atual programa de compra de ativos, ou considerar as Transações Monetárias Diretas (OMTs)”.

Além disso, alguns membros alertaram contra a flexibilização de limites autoimpostos às compras. Para eles, “parece haver um escopo suficiente na evolução do universo comprável para evitar uma evitar uma discussão prematura sobre uma possível elevação desses limites”.