Plural mantém posições em companhias pouco alavancadas e com boa previsibilidade de geração de caixa; fiscal preocupa

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São Paulo – Em sua carta mensal da gestão, a gestora de recursos Plural aponta que sua carteira segue posicionada em empresas pouco alavancadas e com boa previsibilidade de geração de caixa, pois entende que a bolsa brasileira está precificada a múltiplos bastante atraentes, já embutindo boa parte do risco do cenário macroeconômico e político atual, em que destaca a preocupação com o cenário fiscal.

A Plural segue com exposição por volta de 20% do PL a empresas do setor de commodities nas suas principais estratégias de investimento. As maiores alocações setoriais da estratégia Dividendos da gestora são dos setores financeiro e de energia elétrica, com ambos representando mais de 50% da alocação do fundo.

“Olhando para frente, há grande preocupação de nossa parte com a questão fiscal. Os discursos e atitudes iniciais têm sido desanimadores nesse sentido, o que eleva a incerteza do cenário, gerando baixa visibilidade e maior volatilidade para os ativos de risco”, avalia a Plural, no documento.

Para o cenário externo, a gestora mantém a visão de que a economia americana continua aquecida e, com dados de payroll surpreendendo positivamente e espera desaceleração do crescimento nos próximos meses, assim como queda da inflação. Mas, para isso, entende que o FED (Federal Reserve, o banco central dos EUA) precisará manter os juros em patamar elevado por mais tempo que o imaginado anteriormente.

Ao longo do mês, a gestora aumentou cautelosamente sua exposição a “empresas de qualidade, bem geridas, com estratégia bem definida e que tenham alavancas próprias de crescimento de lucros nos próximos anos”, descreve, “a despeito do cenário macro desafiador, visando se apropriar de uma acomodação da curva de juros à medida que incertezas fiscais se reduzam.”

Em dezembro, as rentabilidades dos fundos administrados pela Plural foram negativas, na comparação com o mês anterior. O Ibovespa teve recuo de 3,06% na mesma base.

“O último mês de 2022 foi de muita volatilidade para o mercado acionário brasileiro. O Ibovespa chegou a cair 8,5% ao longo do mês, encerrou dezembro se desvalorizando apenas 2,45% (ou -3,09% em dólar), outperfomando os principais índices globais. No mesmo período, o S&P500 e Nasdaq tiveram queda de 5,54% e 8,56%, respectivamente”, comenta a Plural em sua carta mensal.