Plano estratégico 2024-28 da Petrobras está sendo elaborado e prevê aquisições, diz diretoria

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Foto: Divulgação/Petrobras

São Paulo, 10 de novembro de 2023 – Em entrevista a jornalistas para comentar os resultados do terceiro trimestre, a diretoria executiva da Petrobras reforçou que o plano estratégico 2024-28 da companhia está sendo elaborado, prevê aquisições em transição energética, poderá incluir o aumento de participação na Braskem, mas que as decisões de investimentos ainda estão sendo finalizadas.

“Qualquer decisão sobre investimentos, capex, só será definida quando o plano estratégico estiver concluído”, disse o diretor financeiro, Sergio Caetano Leite.

Leite disse que o Plano Estratégico da Petrobras começou a ser revisado desde o início do ano, ainda está em discussão na diretoria e que, ao longo do processo, ainda haverá workshops, discussões que envolverão diversas áreas da empresa, inclusive o governo, que é acionista controlador da empresa.

“Enquanto o plano não for finalizado, ele não pode ser apresentado a ninguém. No final do ano, apresentaremos o plano 2024-28”, explicou.

Segundo ele, não há informação nova compartilhada nem com o governo, nem com investidores, e que parte do plano é o que se refere a 2023-27, que já foi divulgado. A explicação foi dada em resposta a questionamento sobre a apresentação do plano estratégico ao presidente Lula, como foi informado ontem pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad.

Leite também reiterou a informação dada na manhã de hoje durante a teleconferência para investidores, de que a Petrobras incluirá no Plano Estratégico uma previsão de investimentos em possíveis aquisições, na faixa entre R$ 6 bilhões e R$ 15 bilhões, da nova diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade, que é comandada por Maurício Tolmasquim, mas que o valor final ainda está sendo definido.

Tolmasquim disse que a companhia está analisando diversos projetos, inclusive no exterior, como uma eólica offshore na Escócia, mas que a maior parte dos projetos será no Brasil.

Leite também disse que não há nenhum investimento previsto da companhia na Venezuela até o momento.

Em relação à Braskem, Leite disse que o plano estratégico está em produção e que não é possível prever o valor de um possível investimento caso a Petrobras decida exercer o direito de preferência da compra da participação da Novonor. “Se aparecer uma proposta firme, terá que atender alguns critérios. Mas todas as propostas recebidas até agora não foram firmes, foram non-binding.”

Ele também ressaltou que as propostas são feitas à Novonor e disse que a Petrobras está fazendo um valuation da Braskem para quando houve uma decisão final da companhia, o que já havia sido informado no segundo trimestre.

O diretor financeiro disse que a redução do capex previsto para o ano ocorreu por mudanças normais ao longo do ano e não por problemas de planejamento.

Em relação ao aumento da dívida da Petrobras, o diretor financeiro disse que a companhia trabalha “com disciplina financeira” e com um patamar de endividamento dentro da faixa entre R$ 55 bilhões e 65 bilhões, e que neste trimestre houve impacto da aquisição de uma plataforma.

Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados, disse que a tendência do consumo de gasolina atinge um pico sazonal em dezembro, impulsionado por férias, e que a companhia analisa esse cenário para decidir se irá importar combustível ou não.

Schlosser também disse que observa uma grande volatilidade no balanço entre a oferta e a demanda do mercado de derivados de petróleo e que a companhia monitora os conflitos externos, cortes de produção e a cotação do dólar. “Nesse momento, acompanhamos com atenção todos esses movimentos e, caso haja uma consolidação do patamar de preços do diesel e da gasolina, vamos anunciar reajustes, mas não podemos antecipar esses movimentos.”

Ana Paula Zettel, gerente de Upstream da Petrobras, disse que a Bacia de Pelotas não está no portfólio da Petrobras para novas aquisições de blocos exploratórios.

Carlos Travassos, diretor de Engenharia, disse que as obras do Rota 3 devem cumprir o cronograma que foi definido para conclusão e que o projeto é desafiador e extremamente importante. O projeto Rota 3 tem como objetivo ampliar o escoamento de gás natural dos projetos em operação na área do pré-sal da Bacia de Santos.