Pix Automático e mecanismos de segurança são prioridades do sistema em 2023, aponta relatório

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Foto: Banco Central/Divulgação

São Paulo – Mesmo já sendo bastante usado pela população para pagamentos e transferências, o Pix ainda não atingiu todo seu potencial, com alguns obstáculos por superar, com os produtos e as funcionalidades a serem desenvolvidas devendo impulsionar ainda mais intensamente o serviço. Segundo o Banco Central (BC), as prioridades na agenda evolutiva do sistema de transferências financeiras em tempo real para 2023 são o desenvolvimento do Pix Automático – modalidade que permitirá a realização de pagamentos recorrentes de forma automática – e a evolução contínua dos mecanismos de segurança.

Em dezembro de 2022, o número de transações chegou a 2,9 bilhões, um crescimento de 107% em relação a um ano antes, com um valor médio de R$ 257 por operação entre pessoas físicas. O BC registra 551 milhões de chaves registradas e a inclusão de 71,5 milhões de usuários, sendo utilizado por 133 milhões de pessoas e 11,9 milhões de empresas. O valor médio das transações entre PF é de R$ 257 e o maior Pix já feito foi de 1,2 bilhão.

As informações constam no “Relatório de Gestão do Pix – Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022”, divulgado pela autoridade monetária nessa segunda-feira. O documento traz uma radiografia do serviço lançado em novembro de 2020 e será o tema da Live BC#14, que acontece às 14h dessa segunda-feira (04), no canal do BC no YouTube, com o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Dias de Brito Gomes.

“O Pix é um dos principais casos de sucesso globalmente na indústria de pagamentos na atualidade, assim, a divulgação desse relatório é bastante importante como forma de dar transparência às ações do BC e de prestar contas à sociedade”, disse Carlos Eduardo Brandt, chefe da Gerência de Gestão e Operação do Pix.

No capítulo sobre o futuro do Pix, o BC também aborda as possibilidades de desenvolvimentos futuros, com objetivo de ampliar os casos atendidos e alavancar ainda mais seu uso, atendendo as demandas da sociedade. Em relação ao Pix Automático, que permitirá a realização de pagamentos recorrentes de forma automática, mediante autorização prévia do usuário pagador, sem a necessidade de que o usuário autentique a transação a cada mês, o BC afirma que essa funcionalidade trará maior facilidade para a realização de pagamentos recorrentes, eliminando a necessidade de o usuário pagador ter que agendar e/ou efetuar o pagamento a cada transação individualmente, minimizando, assim, o risco de que o pagamento não seja realizado por esquecimento do pagador, e que este incorra em custos com multas e juros pelo atraso. “Será uma modalidade de pagamento muito conveniente aos usuários, reduzindo fricções. Para o recebedor, o principal benefício será permitir que clientes com conta em qualquer participante do Pix possam colocar pagamentos recorrentes para serem liquidados de forma automática, eliminando a necessidade de abrir contas e estabelecer convênios bilaterais de arrecadação com cada uma dessas instituições”, diz o relatório.

O relatório apresenta ainda toda a jornada percorrida para a criação e o lançamento do Pix, os avanços ao longo de 2021 e de 2022, funcionalidades e produtos lançados no período, aperfeiçoamentos regulatórios e dados sobre o uso do Pix até dezembro de 2022, incluindo estatísticas de transações, chaves Pix, usuários (pessoas físicas e pessoas jurídicas), instituições participantes, sua inserção no mercado de pagamentos de varejo e comparação do seu uso com outros meios de pagamentos.

O documento também traz diversas curiosidades sobre o Pix como, por exemplo, o dia que teve o recorde de transações; quantidade média de transações realizadas no último minuto do dia valor da maior transação realizada e uma nuvem de palavras com os termos mais utilizados nas mensagens entre usuários, conta o BC.