PF mira investidores da B3 que teriam usado informação privilegiada

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São Paulo – A Polícia Federal, com colaboração da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), deflagrou na manhã desta terça-feira a Operação Insider11, que investiga a prática de crime de uso indevido de informação privilegiada (insider trading), considerado crime contra o mercado de capitais.

De acordo com o jornal “Estadão”, a suspeita de insider trading envolve a negociação de ações da SulAmérica e da Rede DOr às vésperas do anúncio de incorporação das empresas. Procuradas pela reportagem da Agência CMA, a PF e as empresas não responderam imediatamente ao pedido de comentário sobre o assunto.

A pedido da Polícia Federal, a 7a. Vara Criminal Federal de São Paulo (SP) autorizou a expedição de quatro mandados de busca e apreensão contra investidores suspeitos, nas cidades de São Paulo, São Caetano, Campinas, todas no estado de São Paulo, e Goiânia (GO).

A investigação foi iniciada em fevereiro deste ano, diante de suspeitas de que teriam sido realizadas operações na Bolsa de Valores Brasileira (B3), com possível utilização indevida de informação privilegiada. Posteriormente, com o avançar das investigações, foram colhidos elementos que indicaram a existência de fortes indícios da prática de insider trading em operações (mercados à vista, opções e termo), realizadas por alguns investidores suspeitos.

Conforme apurado nas investigações, um único investigado teria auferido lucro de mais de R$ 3 milhões com as operações suspeitas, segundo a PF.

“O uso indevido de informações privilegiadas (insider trading) afeta a confiança dos investidores e do público em geral e a integridade do mercado de capitais. Investigações dessa natureza reforçam a importância dos acordos de cooperação mantidos pelos órgãos de persecução penal e fiscalizadores para consecução de trabalhos conjuntos e intercâmbio de informações”, comentou a PF, em nota.