Petrobras reafirma compromisso com investimentos na Margem Equatorial

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Localizada próxima à Linha do Equador, a chamada Margem Equatorial está situada entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, se estende por mais de 2,2 mil km ao longo da costa. Ilustração: Petrobras.

São Paulo – A Petrobras reafirmou hoje o seu compromisso com os investimentos na Margem Equatorial, reconhecendo a importância de novas fronteiras que assegurem a segurança energética do país e os recursos necessários para a transição energética justa e sustentável.

A exploração na Margem Equatorial, nova fronteira exploratória localizada no norte e nordeste da costa brasileira, em faixa que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, receberá investimentos de aproximadamente US$ 3 bilhões.

“Conforme divulgado em 18 de maio, a Petrobras está empenhando esforços para obtenção da licença de perfuração nesta região, tendo enviado novo ofício ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mencionando a decisão do Supremo Tribunal Federal no sentido de não ser necessária a apresentação de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para explorar blocos de óleo e gás já leiloados”, destacou o comunicado da companhia.

Em encontro com jornalistas nesta quarta-feira (19/7) no Rio de Janeiro (RJ), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a definição sobre se a Petrobras pode fazer perfurações para exploração de petróleo na Margem Equatorial “é uma questão que está sendo avaliada pelo Estado brasileiro”. Segundo ele, a questão envolve vários órgãos, entre os quais a Casa Civil e a Advocacia-Geral da União (AGU).

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, disse que tecnicamente os geocientistas da companhia dizem que a extensa Margem Equatorial que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte é a última grande fronteira exploratória brasileira. Na visão do diretor, é algo que pode mudar o jogo, assim como ocorreu com as águas profundas da Bacia de Campos e o pré-sal, sendo que nessas áreas há um limite.

“Essas bacias vão chegar na sua maturidade, a produção do pré-sal vai chegar ao seu pico ao redor de 2030, 2032 e para a segurança energética brasileira”, observou, defendendo a exploração na Margem Equatorial.

POLÍTICA DE PREÇOS

No encontro com jornalistas, o presidente da Petrobras afirmou que a política de preços da companhia, que ele chama de “nova estratégia comercial”, já começou a se mostrar factível, não inspira temores, não é interventiva e, por isso, “prova que é boa para o Brasil”.

Segundo Prates, a nova estratégia atende, não a um pedido direto, mas ao processo de construção política da campanha em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a genial frase ‘abrasileirar’ os preços.

“‘Abrasileirar’ os preços é considerar parâmetros do Brasil na formação dos preços. Da nossa parte, esses parâmetros brasileiros são a própria Petrobras, que produz aqui, entrega aqui e tem vantagens aqui. Não fazia sentido a gente se igualar a quem importa de qualquer lugar, o que não quer dizer que o mercado não é competitivo, tanto é, que hoje a gente compete com qualquer refinaria do mundo. E qualquer refinaria do mundo tem direito de trazer produto para dentro do Brasil para vender para qualquer pessoa daqui”, afirmou Prates, em encontro com jornalistas no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello, da Petrobras, na Ilha do Fundão, zona norte do Rio.

De acordo com Prates, a nova estratégia comercial é uma grande vitória porque a empresa conseguiu explicar de forma correta e dar transparência ao processo. “Alguns disseram que teria que dizer exatamente como se forma o preço. Nenhum preço, do cotonete, do leite condensado, da alface, tem essa dita transparência. Não é transparência. É um detalhamento da formação do preço. Nós temos transparência, porque sabe-se, e qualquer entidade de controle pode identificar isso, como é formado o nosso preço para chegar a cada produto final da ponta de entrega”, completou.

“É uma vitória a gente ter conseguido ‘abrasileirar’ os preços e a nossa contribuição para isso porque somos uma produtora nacional. Fizemos com isso uma estabilização dessa volatilidade. Estamos neste momento vivendo uma volatilidade para cima e para baixo. Na semana passada teve uma tendência altista e nesta semana já tivemos uma tendência de baixa de novo, então, se vê que a política faz sentido. Evitamos passar por essa turbulência desnecessariamente e não perdemos dinheiro”, concluiu.

Na avaliação do presidente da Petrobras, a política de preço de paridade de importação, chamada de PPI, não refletia nem para a companhia, nem para o Brasil, o preço mais apropriado. E vários aspectos precisam ser considerados como os tipos de refinarias e logística de entrega dos produtos em mercados diferentes.

Segundo Prates, existe uma diferença entre a política de combustíveis nacional e a estratégia comercial da Petrobras, que é uma das empresas que participam do mercado. “A gente não faz política de preços para o Brasil, a gente faz estratégia comercial para os nossos produtos nas nossas refinarias, então, são os nossos preços.”

Com Emerson Lopes / Agência CMA e Agência Brasil.