Petrobras pode antecipar R$ 61 bilhões em dividendos se aceitar proposta da União, diz BTG

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Foto: Divulgação/Petrobras

São Paulo – O BTG Pactual disse que a proposta do governo federal para que as estatais(Petrobras, BNDES, Caixa e Banco do Brasil) antecipem seus pagamentos de dividendos é muito bem-vinda em relação ao investimento na Petrobras, que poderia antecipar R$ 61 bilhões, segundo os cálculos dos analistas. Às 15h23 (horário de Brasília), os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4) avançavam 1,05% e 0,68%.

A ideia é encurtar o intervalo de pagamento, de seis em seis mesespara cada dois meses, para ajudar o governo a financiar o recém-aprovado aumento do auxílio emergencial à população.

A proposta será analisada pela Petrobras ainda esta semana, e que por já pagar dividendos trimestrais,a empresa disse que a possibilidade de antecipar dividendos futuros está em estudo, mas que nenhuma decisão ainda foi tomada.

“Nossa postura menos otimista em relação à Petrobras tem sido historicamente sustentada pela falta de visibilidade sobre sua alocação de capital e, mais importante, sobre seus pagamentos de dividendos em o médio prazo. Portanto, qualquer medida mitigando a percepção de risco de mercado sobre os dividendos da companhia será muito bem-vindo”, escreveram os analistas do BTG.

Eles explicam que os pagamentos antecipados de dividendos teriam que levar em conta a saúde financeirada empresa, cuja alavancagem está sob controle em 1x dívida líquida sobre o ebitda, isso não seria um obstáculo.

“Excluindo potenciais vendas de ativos não recorrentes, acreditamos que a Petrobras poderia antecipar R$ 61 bilhões (US$ 12 bilhões) em dividendos relativos ao 2S22, assumindo um Brent médio preço de US$ 100/bbl e câmbio de R$ 5,3 por US$”, disseram.

Enquanto aguarda detalhes mais concretos sobre a decisão da empresa, o BTG reitera sua visãocautelosa, com recomendação neutra sobre a Petrobras.

“É improvável que os investidores paguem por uma reclassificação se houver uma mudança dramática na estratégia de gestão da empresa dependendo de quem vencer a eleição presidencial, que ocorrerá em 97 dias. Uma leitura adicional (positiva) é que se a atual administração apresentar um parcela relevante dos dividendos, o montante de caixa disponível a ser “mal” alocado sob um novo governo pós-eleitoral poderia ser limitado, embora isso também assume que sua meta de alavancagem será preservada. Continuamos neutros”, conclui a análise.