Petrobras faz parceria com Equinor e Repsol para desenvolver campo de gás

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Atualmente, as 21 plataformas que produzem no pré-sal da Bacia de Santos operadas pela Petrobras incorporam a tecnologia de CCUS associada à recuperação avançada de petróleo. Foto: André Ribeiro / Agência Petrobras.

São Paulo, SP – A Petrobras informou que aprovou, em conjunto com seus parceiros Equinor e Repsol Sinopec Brasil, a decisão final de investimentos (Fase III) do bloco BM-C-33, operado pela Equinor, localizado no pré-sal da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro. O bloco está distante da costa cerca de 200 Km e tem lâmina d’agua chegando até 2.900 m. No BM-C-33 foram descobertas 3 acumulações de gás e óleo/condensado: Pão de Açúcar, SEAT e Gávea.

O projeto baseia-se na produção por poços conectados a um FPSO (floating production, storage and offloading unit), com capacidade para processar óleo/condensado e gás produzidos e especificá-los para a venda. A transferência do óleo/condensado segue o modelo já adotado nos sistemas offshore e o gás natural será exportado para costa por meio de gasoduto submarino que se conectará à uma infraestrutura de recebimento localizada no Terminal de Cabiúnas (Tecab), e então se conectará à malha de transporte de gás.

A capacidade de processamento de óleo/condensado do FPSO será de 20.000 m3/dia e a capacidade de produção e exportação de gás será de 16 milhões de m3/dia, com vazão média de exportação de gás natural de cerca 14 milhões de m3/dia. A expectativa é a recuperação de reservas de óleo e gás acima de 1 bilhão de barris de óleo equivalente (boe).

A entrada em operação está prevista para 2028. A parceria para o desenvolvimento desta concessão é composta por Equinor (35% – operadora do Bloco), Repsol Sinopec Brasil (35%) e Petrobras (30%).

PLATAFORMA ANNA NERY

A Petrobras informou que o navio-plataforma Anna Nery entrou em produção em ontem (7), na Bacia de Campos, dentro do projeto de revitalização dos campos de Marlim e Voador, que produzirá os reservatórios do pós-sal e o de Brava, localizado no pré-sal dos dois campos. A unidade tem capacidade para produzir diariamente até 70 mil barris de óleo e processar 4 milhões de m3 de gás.

“Esse é o maior projeto do mundo em recuperação de ativos maduros da indústria offshore. Por meio dele, vamos ampliar a produção, manter empregos e abrir uma importante frente de aprendizado e conhecimento para outros projetos similares em todo o Brasil”, destacou Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.

A unidade Anna Nery, do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência), em conjunto com a Anita Garibaldi, também FPSO, compõe o primeiro grande projeto de revitalização de campos maduros da Bacia de Campos.

A implantação desses dois novos sistemas de produção, adequados ao formato de explotação de campos maduros, proporciona a continuidade operacional dos campos de Marlim e Voador, ampliando a produção para a média de 150 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), com manutenção de empregos e serviços de apoio, além de abrir uma importante frente de aprendizados e conhecimentos para outros projetos de revitalização.

O FPSO Anna Nery está ancorado em profundidade de água de 927 metros e interligado a 32 poços, com pico de produção previsto para 2025. O projeto de revitalização de Marlim e Voador contribuirá para a recuperação da produção da Bacia de Campos, atualmente em cerca de 560 mil boed. A projeção para a produção da bacia é de 900 mil boed em 2027.

POLO BAHIA DA TERRA

A estatal afirmou também que obteve autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para retomar a produção de mais nove instalações do Polo Bahia Terra (Estação Coletora Nova Tororó, Estação Coletora Pereira,Estação Coletora RioTaquipe, Estação Coletora Fazenda Panelas Extensão, Estação de Tratamento de Óleo Camboatá, Estação Coletora Malombé, Estação Coletora Fazenda Panelas, Estação Coletora Fazenda Panelas Sul eEstação Coletora Riacho Ouricuri).

A companhia iniciou a execução dos procedimentos operacionais necessários para o retorno seguro do processo produtivo dessas instalações, sendo que das 38 instalações totais, 26 já foram liberadas para operação, o que possibilitará o reestabelecimento de aproximadamente 66% da produção total do Polo Bahia Terra.

O Polo teve a operação paralisada por determinação da ANP e a Petrobras vem envidando todos os esforços para o atendimento às condicionantes estabelecidas pelo órgão regulador e para garantir o reestabelecimento da operação das instalações do Polo Bahia Terra no menor tempo possível.