Petrobras diz que plano estratégico acelera metas e mudanças

O presidente da companhia disse que vai buscar a internacionalização para enfrentar a queda de demanda

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São Paulo – O plano estratégico da Petrobras acelerou o que a companhia já tinha anunciado em 2019 e incorporou mudanças de valor e ao padrão de comparação interno com indicadores de outros competidores mundiais.

“Somos a empresas listada em bolsa do setor de petróleo com o maior fluxo de caixa livre, conseguimos reduzir a dívida bruta em relação ao ano passado, mas o sucesso não subiu à cabeça e aceleramos a implementação da estratégia do plano apresentado no ano passado”, disse Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, no painel “Energia para um mundo em transformação”, na conferência Rio Oil and Gas.

As metas ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês) da empresa também foram revisadas e serão aceleradas rumo a uma produção mais sustentável.

“Vamos priorizar os projetos avaliados em US$ 35 por barril e esperamos a aprovação do biodiesel”, disse o executivo.

O presidente da Petrobras lembrou que a companhia herdou uma dívida US$ 116 bilhões “por conta de péssimas decisões do passado” e que com esse valor “dá para comprar a Total.”

A energia representa 53% dos custos de uma refinaria, por isso, a companhia também vai impulsionar investimentos com foco em energias renováveis.

“O novo plano estratégico se chama “Mind the Gap” para nos compararmos à outros competidores mundiais e não mais aos nossos próprios padrões”, disse o executivo.

MERCADO GLOBAL E MODERNIZAÇÃO

A Petrobras vai buscar a internacionalização para enfrentar a queda de demanda e dificuldades de fazer negócio no mercado interno.

“O mercado de petróleo é muito maior que o Brasil e num período de crise e queda de demanda é um caminho para a Petrobras. O mercado global de petróleo nos dá outros horizontes”, disse Castello Branco.

Em sua avaliação, o mundo moderno aumentou a interdependência entre os mercados por isso é preciso reformular o setor.

“O Brasil precisa mudar, o regime de partilha não é usado em países desenvolvidos. O Banco Mundial aponta o Brasil como difícil para fazer negócios e isso é ruim. A nossa cadeia de petróleo é muito longa, geramos muito emprego e impostos. Precisamos reformular a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ela tem que ser menos intervencionista”, disse.

Em sua avaliação, assim como a Petrobras, a agência reguladora precisa se modernizar.

“Existem projetos que estão na pauta da ANP para serem discutidos e não andam, essas coisas atrapalham o setor”, disse.