Petrobras deve manter preços dos combustíveis devido ao risco político, diz UBS BB

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Foto: Divulgação/Petrobras

São Paulo – O UBS BB disse que não espera que a Petrobras aumente o preço dos combustíveis imediatamente. Apesar do avanço dos preços do petróleo nos mercados internacionais, com o Brent superando a marca de US$ 110 por barril pela primeira vez desde 2014, o relatório do banco de investimentos avalia que o custo político e a volatilidade dos preços no mercado internacional de preços devem frear esse movimento.
Em relatório, os analistas também consideram limitado o risco de escassez de combustíveis, em parte, porque os volumes exportados geralmente são definidos com 30 a 45 dias de antecedência e estão no caminho para março.
Com a paridade abaixo dos 20% negativos, os analistas esperam que os competidores privados irão esperar pela estratégia da Petrobras antes de tomar decisões – por exemplo, se vai importar e abastecer o mercado ou fazer os distribuidores importarem como no quarto trimestre de 2021. “Nós acreditamos que manter os preços internos temporariamente abaixo da paridade de importação seria menos negativo do que reduzir o preço após um aumento”, escreveram os analistas do UBS.
Segundo a análise, sem reajustes da Petrobras, os preços domésticos de combustíveis ficaram em valores significativamente abaixo da paridade de importação, com a gasolina em cerca de 25% abaixo e o diesel 20% abaixo, sendo que algumas estimativas apontam para diesel 30% abaixo.
Por fim, os especialistas não esperam que a companhia importe a custos mais altos e venda no mercado interno mais barato mas que é possível que opte por imprimir um nível mais baixo de “crack spread” (margem de preço entre um barril de petróleo bruto e os produtos produzidos a partir dele) em suas refinarias e potencialmente importar cargas de combustível e vender no ponto de equilíbrio.
“No entanto, a Petrobras também pode ver apoio do Brent mais alto, já que a empresa é um exportador líquido”, concluíram.
O UBS BB tem recomendação de compra para as ações preferenciais da Petrobras, com preço-alvo de R$44,00.