Petrobras conclui a venda da Liquigás por R$ 4 bilhões

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A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). (Foto: André Valentim/Agência Petrobras)

São Paulo – A Petrobras finalizou a venda da totalidade da sua participação na Liquigás, com o recebimento de R$ 4 bilhões, ao grupo composto pela Itaúsa, Copagaz e Nacional Gás. A transação foi aprovada por unanimidade de votos pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mediante a celebração de acordo em controle de concentrações.

Segundo a estatal, as condições precedentes foram cumpridas antes do pagamento, já com os ajustes preliminares previstos no contrato, sendo parte desse recurso decorrente de investimento minoritário e relevante da Itaúsa na Copagaz.

A operação está alinhada à estratégia de otimização de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultra-profundas, disse a Petrobras.

A Liquigás atua no engarrafamento, distribuição e comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP) no Brasil, está presente em quase todos os estados brasileiros e conta com 23 centros operativos, 19 depósitos, uma base de armazenagem e carregamento rodoferroviário e uma rede de aproximadamente 4.800 revendedores autorizados, tendo cerca de 21,4% de participação demercado.

A Copagaz comercializa mais de 620 mil toneladas de GLP por ano e conta com uma equipe de mais de 1.800 colaboradores diretos e uma rede de revendas com 2.700 representantes. A empresa distribui GLP para cerca de 1.800 municípios, localizados em 18 estados brasileiros e no Distrito Federal.

APORTE ITAÚSA

A Itaúsa concluiu o aporte da Itaúsa na Copagaz, tornando-a, assim, acionista minoritária relevante, segundo fato relevante enviado pela holding à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A participação da Itaúsa na operação ocorre por meio de subscrição de ações ordinárias e debêntures da Copagaz no valor total de R$ 1,232 bilhão e, assim que concluídos os ajustes previstos nos documentos da operação, resultará em participação de aproximadamente 49% no capital social e votante da Copagaz. O restante do capital permanece com a atual acionista da Copagaz, holding da família Ueze Zahran, que manterá o controle da Copagaz.

Para financiar a operação, a Itaúsa emitiu, em 15 de dezembro, debêntures não conversíveis em ações no valor de R$ 1,3 bilhão, com vencimento em dez anos e custo baseado na taxa do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) acrescida de 2,4% ao ano.

A Itaúsa celebrou acordo de acionistas com a família Ueze Zahrane passou a ter o direito de indicar dois membros (de um total de cinco) para o conselho de administração da Copagaz e para seus comitês de auditoria e de pessoas e remuneração, que serão instituídos num futuro próximo. Adicionalmente, terá outros direitos usuais atribuíveis a acionistas minoritários relevantes.

A Nacional Gás adquirirá fatia minoritária na Liquigás e, após reorganização societária que ocorrerá nos próximos meses, conforme aprovado pelo Cade, passará a ser detentora de ativos em determinadas localidades equivalentes a 18% do volume de GLP vendido pela Liquigás.

Os principais efeitos a serem refletidos no balanço patrimonial da Itaúsa de 31 de dezembro serão as debêntures já emitidas e o investimento na Copagaz.

O resultado deste investimento será reconhecido pelo método de equivalência patrimonial. Esta operação, contudo, não acarretará efeitos significativos nos resultados da Itaúsa neste exercício social.

Esse novo investimento está alinhado à estratégia de alocação de capital da Itaúsa, permitindo à companhia maior exposição ao setor de energia brasileiro, disse a holding.

A integração das operações das companhias criará uma empresa líder no setor de distribuição de GLP no Brasil, com penetração em 95% no Brasil e receita líquida anual superior a R$ 6,5 bilhões, operações em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal e cerca de 90 mil colaboradores diretos e indiretos.