Passado da Vale ainda assombra e deve trazer problemas; desastre que matou 270 pessoas faz 4 anos nesta quarta-feira

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Imagem do rompimento da barragem B-I, da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho (MG).

São Paulo – A Genial Investimentos comenta que, apesar de avaliar que a companhia está progredindo na frente ESG, o passado da mineradora “ainda assombra e deve trazer problemas”, após o Ministério Público ratificar denúncia contra Vale pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG), nesta segunda-feira, às vésperas do aniversário de quatro anos do rompimento da barragem.

A Justiça Federal aceitou denúncia do MPF e com isso, a Vale, Tüv Süd e 16 pessoas se tornam rés pelo desastre que deixou 270 mortos e três desaparecidos em 25 de janeiro de 2019. Os envolvidos foram denunciados por homicídio qualificado, além de crimes contra a fauna, crimes contra a flora e crime de poluição. Com a aceitação da denúncia, os crimes não correm mais o risco de prescreverem.

Ontem, a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou à Justiça Federal de Minas que promova imediatamente o andamento da ação penal contra a Vale e a Tüv Süd, e mais 16 pessoas físicas incluindo o ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman. A denúncia que foi entregue para a 2a Vara Criminal Federal de Belo Horizonte ontem, imputa às pessoas denunciadas por homicídio qualificado, e crimes ambientais contra a fauna e flora.

Como deve ser o 4T22 da Vale?

A Ativa Investimentos espera que uma produção de minério de ferro de 83 milhões de toneladas e assim, companhia alcançará a faixa de baixo do seu guidance de produção anual.

A corretora comenta que o quatro trimestre é sazonalmente favorável à vendas da mineradora que, se concentradas mais próximas ao fim do ano, podem ter beneficiado a companhia, uma vez que o minério de referência fechou o 4T em 114 dólares.

“Vemos os prêmios próximos ao do 3T. Já as margens das siderúrgicas chinesas seguem muito ruins e, lembremos que no 3T, o prêmio de pelotas estava alto, o que favoreceu a margem de Vale, o que não deve se repetir neste 4T22”, comenta.

Na área de Metais Básicos, a Ativa destaca que os preços de referência de cobre e níquel avançaram, o que é positivo. “Como acumularam estoques ao longo dos três primeiros trimestres, podemos observar um maior volume de vendas neste 4T. Atenção para o fato de Salobo (principal site de cobre da empresa no país) ter estado em manutenção no trimestre, o que pode impactar negativamente as margens do segmento.”

Por fim, a Ativa avalia que o 4T apresenta mais vendas e isso pode deixar o fluxo de caixa da empresa mais pressionado por um maior capital de giro.

“Lembramos que em dezembro, a companhia foi a que mais recomprou ações das empresas listadas em bolsa, portanto, sua saúde financeira atual é boa. E a empresa anuncia dividendos regulares em março e setembro. Podemos ter um bom anúncio em março próximo”, prevê a análise.

A Vale divulga seus dados de produção e vendas do 4T22 na próxima terça-feira (31/1), após o fechamento do mercado. O resultado financeiro da companhia será conhecido em 16 de fevereiro.

Às 13h51 (horário de Brasília), a ação da mineradora operava em leve baixa, de 0,09%, a R$ 94,21. O Ibovespa subia 0,45%.