Meta é vacinar 1 mi de pessoas por dia em abril contra covid, diz Queiroga

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante coletiva no Palácio do Planalto. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

São Paulo – A meta do governo brasileiro é vacinar 1 milhão de pessoas por dia contra a covid-19 em abril, e isto será possível porque tanto o Instituto Butantan quanto a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) garantiram que fornecerão 30 milhões de doses de seus respectivos imunizantes neste mês, afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, no sábado (3).

As 30 milhões de doses mencionadas por Queiroga representam uma nova redução no número de doses esperadas do Butantan e da Fiocruz neste mês. Em fevereiro, a previsão era de que ambos entregassem cerca de 45 milhões de doses em abril, e em meados de março esta estimativa estava em 36,8 milhões.

“O problema de carência de vacinas não é problema só do Brasil”, disse Queiroga, acrescentando que tanto o Butantan quanto a Fiocruz estão se preparando para produzir o insumo das vacinas contra a covid-19 em território nacional – o que encerraria o problema da obtenção da matéria-prima no exterior – e que o governo federal deve receber doses prontas de vacinas contra a covid-19 por meio do consórcio Covax Facility.

Ele também refutou a hipótese, ao menos no momento, de quebrar a patente de vacinas para acelerar a vacinação. “Se quebra de patente ampliar a oferta de vacinas, seria uma situação a ser analisada, mas na minha análise inicial quebra de patente não vai ampliar a oferta de vacinas”, afirmou.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, do início de abril até ontem, o Brasil vacinou 1,5 milhão de pessoas com a primeira dose da vacina contra a covid-19 e 363,2 mil com a segunda dose – o que significa um ritmo diário de vacinação de, em média, 478,5 mil pessoas. Há no momento 21,9 milhões de doses disponíveis para aplicação.

Durante a entrevista coletiva, Queiroga disse que o Ministério da Saúde orientou os governos regionais a usar as doses que haviam sido reservadas para completar o ciclo de imunização de quem já recebeu uma aplicação da vacina em outras pessoas.

“O Ministério já orientou para que fosse usada segunda dose em outras pessoas, já que nós temos agora possibilidade concreta de ter doses disponíveis todos os meses”, disse Queiroga.

Os governos estavam reservando duas doses por pessoa porque tanto a vacina da Astrazeneca, distribuída no Brasil pela Fiocruz, quanto a da Sinovac, distribuída pelo Butantan, exigem a aplicação de duas doses para completar o ciclo de imunização contra a covid-19.

O número de brasileiros vacinados com as duas doses das vacinas contra a covid-19 chegou a 4,6 milhões, ou o equivalente a 2,2% da população, segundo dados do Ministério da Saúde. Os que tomaram apenas uma dose somam 16,5 milhões, ou 7,7% da população.

No momento, podem ser vacinadas pessoas dos chamados grupos prioritários – pessoas com 60 anos ou mais, com deficiência, povos indígenas e trabalhadores da saúde. Nestes grupos, há um total de 77,3 milhões de pessoas – o que significa que 5,9% deles completaram o ciclo de imunização até o momento.

Até agora, foram distribuídas 43 milhões de doses para a vacinação em todo o Brasil, e foram usadas 21,1 milhões, ou 49,1% da quantidade disponível.