Mester, do Fed, prevê mais aumentos nas taxas básicas

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A presidente da unidade do Fed de Cleveland, Loretta Mester // Crédito: Reprodução You Tube

São Paulo, 20 de abril de 2023 – A presidente da unidade de Cleveland do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Loretta Mester, afirmou que mais aumentos na taxa básica de juros devem vir por aí. Ela, no entanto, observou que o ciclo de apertos está perto do fim.

“A demanda ainda está superando a oferta nos mercados de produtos e de trabalho e a inflação continua muito alta”, disse Mester em comentários preparados.

“Para colocar a inflação em uma trajetória descendente sustentada para 2%, antecipo que a política monetária precisará se mover um pouco mais em território restritivo este ano, com a taxa básica movendo-se acima de 5%”, explicou ela.

Mas Mester apontou que os desequilíbrios de oferta na economia estão melhorando e, com o impacto cumulativo dos aumentos das taxas do Fed pesando sobre a economia, “estamos muito mais perto do fim da jornada de aperto do que do começo”.

Mester não tem direito a voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) neste ano.

A líder do Fed de Cleveland também comentou sobre a situação bancária do país, dizendo que a crise entre os bancos regionais pode aumentar o aperto nas condições financeiras .

“Mesmo antes dos recentes estresses, à medida que as taxas de juros subiam, os bancos haviam começado a restringir seus padrões de crédito, tornando o crédito menos disponível. Essa é a maneira típica pela qual o aperto da política monetária é transmitido à economia em geral”, explicou.

Mester disse que “as recentes tensões no sistema bancário podem levar os bancos a apertar ainda mais seus padrões de crédito, o que pode resultar em gastos mais lentos por parte das famílias e empresas e uma retração nas contratações. Isso funcionaria na mesma direção de uma política monetária mais rígida”.

“Precisaremos continuar avaliando a magnitude e a duração desses efeitos nas condições de crédito para nos ajudar a calibrar a trajetória adequada da política monetária daqui para frente. Esta é a coisa prudente a fazer”, concluiu.