Mercado melhorou e demanda para o etanol 2G aumentou desde IPO, diz CEO da Raízen

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Porto Alegre, 24 de maio de 2023 – A Raízen realizou nesta quarta-feira mais uma edição do Raízen Day, evento voltado a investidores para discutir as prioridades da companhia.

O CEO da Raízen, Ricardo Mussa, destacou o que deu certo e o que ficou abaixo das expectativas da companhia desde a oferta pública de ações (IPO) realizada em 2021.

“De lá pra cá tivemos coisas que funcionaram e outras não. O grande destaque positivo foi o etanol de segunda geração. Desde o IPO o mercado está melhor. Temos 45 projetos em andamento, o preço melhorou e a demanda para o biocombustível avançado aumentou. Em 2022 tivemos o nosso melhor ano para o etanol 2G. O encaminhamento das obras das novas plantas está muito bom, está tudo em dia, e nossa segunda fábrica já deverá estar operacional em agosto. Já em relação ao açúcar, sempre frisei que o preço tinha que mudar de patamar, o que está acontecendo. Até passou um pouco do ponto. Fizemos um plano de quatro anos que ficou pronto em dois: estamos levando nosso açúcar direto ao destino. Em suma, estamos no caminho certo na nossa jornada de produtividade”, pontuou Mussa.

Entre os pontos que foram até agora diferente das expectativas desde o IPO, o CEO da Raízen apontou que a produtividade agrícola dos canaviais da companhia está abaixo do esperado. “Temos sido afetados por adversidades climáticas, e isso é um desafio”, disse Mussa.

A Raízen também foi muito pressionada pela inflação de 2021 para cá, compensada parcialmente pelos preços melhores dos produtos. Por exemplo, os preços do etanol de segunda geração ficaram 50% acima do esperado quando aconteceu a IPO. A taxa de juros é outro entrave, assim como o ambiente macro, principalmente na Argentina, enquanto no Brasil houve muita volatilidade, com eleições e mudanças na tributação dos combustíveis.

‘Gap’ na produtividade agrícola tem impacto anual de R$ 3 bi nos resultados da cia

O diretor de Renováveis e Açúcar da Raízen, Frances Queen, falou sobre os desafios da jornada agroindustrial da companhia. “Temos alguns pilares para alcançarmos todo o potencial de produtividade de nossos canaviais próprios, que passam pela eficiência agroindustrial e pela gestão de portfólio para a melhoria da rentabilidade”, destacou.

Na safra 2022/23, a Raízen alcançou produtividade média de 70 toneladas de cana por hectare (TCH) nas suas operações próprias, contra um potencial de 83 toneladas. Esse gap de cerca de 20%, uma diferença de 13 toneladas, resulta em um custo muito relevante, impactando os resultados e geração de caixa em cerca de três bilhões de reais por ano, salientou Queen.

Segundo o executivo da Raízen, o que está errado e provocando essa diferença já foi identificado, e está sendo consertado. Na cana de primeiro corte, a empresa já está obtendo resultados dentro do potencial de produtividade na safra 2023, que tem cerca de 10% da colheita finalizada. No segundo corte também estamos em linha, e estamos chegando no terceiro. Estamos muito seguros que, em mais dois anos, fecharemos nossos gaps no terceiro e quarto cortes e entregaremos todo nosso potencial de produtividade de cana, disse Queen.

Cia espera produzir 1,6 bi lts de etanol a mais até 2030 sem adição de área agrícola

O diretor de Renováveis e Açúcar da Raízen, Frances Queen, falou sobre o crescimento da empresa na área dos combustíveis renováveis, em especial na produção de etanol de segunda geração (E2G), que passou a ser recorde a partir do início das operações da maior planta do mundo nessa área.

A Raízen alcançou em julho de 2022 um recorde mensal de produção na sua primeira planta de E2G, atingindo a marca de 3,5 milhões de litros. A produção anual da fábrica cresceu 80% em quatro anos, passando de 16,5 milhões de litros em 2018/19 para 30,3 milhões de litros em 2022/23.

Temos cinco novas plantas em construção, em linha com o planejamento, com capacidade de execução comprovada de produção anual de 82 milhões de litros em cada uma. Assim, projetamos que até 2030/31 produziremos 1,6 bilhão de litros a mais de etanol sem adição de áreas agrícolas de cana, quando esperamos ter 20 unidades de etanol de segunda geração, disse Queen.

Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS

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