MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Myles Davidson / freeimages.com

São Paulo – A Bolsa sobe mais de 1% se recuperando das perdas da véspera e impulsionada pelas ações do setor financeiro e Petrobras. Soma-se o movimento mais positivo no exterior.  Mais cedo, o Ibovespa apresentou uma sessão bastante volátil alternando entre perdas e ganhos com os investidores analisando os dados econômicos como produção industrial e índice de gerentes de compras (PMI, sigla em inglês) sobre atividade do setor de serviços no Brasil.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,01%, aos 111.511,43 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,7 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2021 apresentava avanço de 1,09%, aos 111.570 pontos.
Ainda por aqui, o risco fiscal, inflação, crise energética e o parecer à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110 do senador Roberto Rocha (PSDB-MA), que visa a simplificação de impostos sobre consumo ficam no radar dos investidores.
Mais cedo foi divulgada a produção industrial, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que teve queda de 0,7% em agosto em comparação com julho. O mercado previa uma retração de 0,40%, conforme a mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro. “O resultado mostra a redução de expectativa de PIB [Produto Interno Bruto] para este ano e o próximo e acaba pesando contra o Ibovespa na sessão de hoje”, disse Flávio de Oliveira, head da renda variável da Zahl Investimentos.
O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade do setor de serviços do Brasil também veio pior, recuou a 54,6 pontos em setembro, de 55,1 pontos em agosto, segundo dados divulgados pelo instituto Markit. A leitura, acima de 50 pontos, indica expansão da atividade.
O head de renda variável da Zahl Investimentos, afirmou que por outro as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) avançavam 2,31% e 1,94%, graças à elevação no preço do barril de petróleo que segue sua trajetória altista.
Para Bruno Komura, analista da Ouro Investimentos, o Ibovespa está seguindo o movimento das bolsas mundiais. “Hoje é um dia com um movimento de alívio diante do estresse dos últimos dias”. Komura citou outros fatores que podem ter contribuído para o ambiente mais favorável hoje. “Os índices de PMIs em vários países acabaram vindo um pouco acima das estimativas mostrando uma atividade melhor que se esperava e inflação na Europa um pouco menor. Esse seria um cenário ideal por mais que exista uma sinalização de início de mudança de política monetária, principalmente pelo Fed [Federal Reserve, banco central norte-americano], começando o tapering em novembro”.
Apesar de a Bolsa subir refletindo vários fatores externos, “no cenário local temos várias incertezas”. O analista da Ouro Preto Investimentos também ressaltou que as commodities estão puxando o Ibovespa para cima, principalmente Petrobras, “por mais que exista o receio de intervenção na estatal”. As ações do varejo estão se recuperando, apesar da preocupação com a alta na taxa de juros.
Para Rodrigo Friedrich, sócio da Renova Invest, comentou que a Bolsa deve abrir em alta seguindo o movimento externo, apesar da tensão em relação à China. “Mais uma incorporadora, a Fantasia Holdings, deu calote ontem de US$ 260 milhões. É motivo de muita preocupação porque pode instalar de vez uma crise imobiliária no país”.
Friedrich enfatizou que “vivemos um momento muito delicado com a inflação global e isso preocupa muito o mercado. Para a Bolsa se destacar até o fim do ano “é necessário olhar para os precatórios e controlar a inflação por aqui”.
O dólar segue em alta. O cenário global de aversão ao risco penaliza as moedas emergentes, refletindo as dúvidas que pairam sobre os Estados Unidos e, principalmente, sobre a China. Os ruídos internos – políticos e fiscais – também não dão trégua.
Por volta das 13h30, o dólar comercial subia 0,40%, cotado a R$ 5,4680 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2021 avançava 0,20%, cotado a R$ 5.490,00.
Para o analista da Top Gain, Leonardo Santana, “a China está sendo a pioneira na desaceleração, primeiro com a Evergrande e agora com a Fantasia Holdings, podendo ser um movimento maior”.
Santana sublinha que, além das indefinições quanto ao acordo sobre o teto das dívidas nos Estados Unidos, existe grande expectativa para a divulgação do payroll (folha de pagamento) na próxima sexta: “Esta semana é muito decisiva, que pode dar sinais sobre a retirada de estímulos e retomada da economia”, pontua o analista.
“A precificação do câmbio está perto dos R$ 5,50, as apostas são bem negativas. Nosso câmbio sofre com os burburinhos políticos e fiscais. É mais fácil ele continuar subindo do que o contrário”, prevê Santana.
De acordo com boletim matinal da Ajax Capital, “espera-se uma abertura mais positiva da bolsa, com queda do dólar. Contudo o pano de fundo – local e global – ainda é negativo no curto prazo”. O relatório ainda pontua que o ambiente é desafiador neste último trimestre de 2021.
Já nos Estados Unidos, os congressistas ainda não chegaram a um acordo para solucionar o teto da dívida do país. “Ainda assim, o tema deve ser superado até 3 de dezembro. Contudo, os ruídos podem ser continuar a pressionar os ativos de risco externos”, destaca a Ajax.
A desaceleração chinesa também é vista com cautela. A falta de maior transparência sobre a real situação do país asiático é um dos pontos que deixa o mercado em alerta. O ambiente chinês é visto como de “baixa visibilidade”, segundo a Ajax.
As taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) seguem de lado, minutos antes do leilão de Notas do Tesouro Nacional, Série B (NTN-B).
Por volta das 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 7,24%, de 7,220% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 9,275%, de 9,200%; o DI para janeiro de 2025 ia a 10,29%, de 10,220% antes e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,670%, de 10,610%, na mesma comparação.