MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Foto: Svilen Milev / freeimages.com

São Paulo – O Ibovespa ampliou alta puxado por ações como as da Eletrobras e refletindo a pressão de comprados em dia de vencimento de opções sobre o índice, com a expectativa ainda de que o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncie um novo corte de juros hoje após o fechamento do mercado. No entanto, o índice mostra volatilidade, assim como demais mercados acionários, tendo como pano de fundo o aumento de casos de coronavírus em alguns países, apesar da liquidez elevada.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,18%, aos 94.635,31 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 12,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 0,90%, aos 94.550 pontos.

Segundo o economista-chefe da Codepe Corretora, José Costa, notícias pontuais ajudam na alta do Ibovespa, com a de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende privatizar logo a Eletrobras, cujas ações mostram as maiores altas do índice. Segundo reportagem do jornal “O Globo”, Guedes mudou seus planos e decidiu que irá trabalhar para fazer quatro grandes privatizações neste ano. A intenção é privatizar a Eletrobras, Correios, Porto de Santos e a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), além de abrir o capital da Caixa Seguridade.

Outro fator positivo para a Bolsa, é a expectativa de que o Copom anuncie hoje um corte de 0,75 ponto percentual da Selic, embora haja dúvidas sobre que sinalizações que serão dadas sobre o futuro da taxa. “Isso também ajuda a Bolsa, investidores e fundos de pensão devem alocar mais em Bolsa já que os juros estão baixos e outros investimentos não dão rentabilidade”, disse.

Já no cenário externo, embora o viés siga positivo em função da liquidez elevada devido a novas medidas de estímulo de bancos centrais, as Bolsas norte-americanas também mostram volatilidade hoje, sem uma direção clara. Investidores seguem analisando o ritmo de recuperação da economia em meio à divulgação de indicadores e monitorando a segunda onda de coronavírus em algumas regiões, como capital chinesa, Pequim.

Ainda no exterior, o presidente do Fed, Jerome Powell, dará hoje novo depoimento à Câmara dos Deputados, depois de falar ontem no Senado que a autoridade monetária pode tomar mais medidas, embora tenha sido cauteloso quanto à recuperação econômica.

O dólar comercial opera em alta frente ao real, após oscilar forte na primeira parte dos negócios, atento ao movimento no cenário externo em sessão sem muitas novidades, enquanto no mercado doméstico, o tom de cautela prevalece antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) com investidores de olho no comunicado sobre os próximos do Banco Central (BC) quanto o futuro da taxa básica de juros (Selic).

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,47%, sendo negociado a R$ 5,2640 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2020 apresentava avanço de 0,26%, cotado a R$ 5,262.

“Havia um espaço para a moeda se recuperar e acompanhar a valorização de outras moedas de países emergentes, mas a ansiedade para o Copom mais tarde inibe essa recuperação. Investidores se protegem à espera do comunicado”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Em meio à aposta majoritária do mercado de corte de 0,75 ponto percentual (pp) da Selic, indo a 2,25% ao ano, o trader de mesa de câmbio da Travelex Bank, Pedro Molizani, reforça que o foco se volta ao comunicado do Copom a fim de saber se os cortes estarão na agenda futura ou se haverá um ponto final no ciclo de reduções da taxa básica de juros.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) oscilam entre margens estreitas, enquanto aguardam o anúncio da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim do dia. Diante do consenso de corte de 0,75 ponto percentual (pp) na Selic, para 2,25%, a expectativa se dá pelo comunicado, que pode dar pistas em relação aos próximos passos, sendo que a possibilidade de ajuste adicional à frente embute um viés de baixa nos vértices intermediários e longos.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,105%, de 2,10% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,05%, de 3,08% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,14%, de 4,19%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,74%, de 5,77%, na mesma comparação.