MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

665

Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa opera em queda acompanhando a maior cautela vista nas bolsas norte-americanas em meio a incertezas sobre negociações comerciais entre China e Estados Unidos, além de ser puxado pelas ações da Vale e de siderúrgicas, que refletem as fortes perdas do minério de ferro. No entanto, o índice pode ter volatilidade ao longo do pregão em função do vencimento de opções sobre o Ibovespa.

Por volta das 13h20 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,20% aos 104.273,59 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 6,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2019 apresentava avanço de 0,12% aos 104.190 pontos.

“Estamos seguindo lá fora e é dia de vencimento, deve ter muita gente defendendo posição, vai ser um dia de volatilidade, pode cair mais ou mesmo zerar perdas”, disse o diretor de investimentos da SRM Asset, Vicente Matheus Zuffo.

No exterior, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou por unanimidade medidas apoiando os protestos pró-democracia em Hong Kong, o que pode complicar ainda mais as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, com receio de retaliações dos chineses. Também chamaram a atenção a queda das vendas no varejo norte-americano, o que contribui para as bolsas do país terem leves perdas.

Entre as ações, as da Vale estão entre as maiores perdas do Ibovespa refletindo quedas expressivas dos preços do minério de ferro. “O minério caiu cerca de 5%, parece que os números de produção da commodity estão bons, mas a demanda não tem se recuperado”, disse Zuffo. Ao lado da Vale, as siderúrgicas também sentem a queda do minério, caso da CSN.

Ainda entre as maiores quedas estão as ações da Localiza, da CVC e da Gol. Na contramão, as maiores altas são da BRF, da Telefônica Brasil e da Raia Drogasil.

O dólar comercial opera de lado frente ao real digerindo os dados de varejo mais fracos nos Estados Unidos, além das incertezas em torno das tratativas comerciais entre Estados Unidos e China. O dólar futuro opera em queda em correção após a forte alta ontem, perto do fechamento, que levou a cotação a R$ 4,18.

Por volta das 13h20, o dólar comercial registrava ligeira queda de 0,09%, sendo negociado a R$ 4,1620 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2019 apresentava recuo de 0,44% cortado a R$ 4,166.

Mais cedo, os dados no varejo nos Estados Unidos ficaram abaixo do esperado, em setembro, registrando queda de 0,3% na comparação com agosto, ante previsão de 0,2%. O analista da Toro Investimentos, Lucas Carvalho, reforça que os indicadores mostram “menos vigor” da economia norte-americana.

“Pode ser mais um indicador de que o Fed [Federal Reserve, o banco central norte-americano] avalie a possibilidade de corte de juros. Os números têm ficado mistos nos Estados Unidos, o que pode levar os membros do Fed a avaliar a política monetária do país”, comenta o analista.

Carvalho ressalta as dúvidas do mercado em torno do acordo parcial firmado entre Estados Unidos e China após o governo do país asiático declarar que poderá tomar medidas caso o Congresso norte-americano aprove um projeto de lei que revisa anualmente se Hong Kong pode ser considerada ou não como região ligada a Pequim.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) tentam dar continuidade à realização de lucros vista ontem e ensaiam uma nova recomposição de prêmios na curva a termo, em meio aos ruídos políticos vindos de Brasília e ao ambiente externo mais desfavorável hoje, diante dos focos de tensão envolvendo a guerra comercial e o Brexit. 

Às 13h20, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,913%, de 4,919% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 estava em 4,64%, de 4,61%; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,64%, de 5,63% após o ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,33%, de 6,32%, na mesma comparação.