Magazine Luiza reverte lucro para prejuízo líquido de R$ 35,9 milhões no quarto trimestre

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Fachada de Loja do Magine Luiza

São Paulo – O Magazine Luiza divulgou na noite de ontem (9) o balanço do quarto trimestre de 2022, com prejuízo líquido de R$ 35,9 milhões, ante o lucro líquido de R$ 93 milhões registrados no último trimestre de 2021. Em 2022, o prejuízo líquido foi de R$ 499 milhões. Já o lucro líquido ajustado, ou seja, desconsiderando os efeitos não recorrentes, o resultado foi negativo em R$ 15,2 milhões, recuo de 80,8% em relação ao mesmo período de 2021. Em 2022, o resultado líquido ajustado foi negativo em R$ 372,1 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 673,7 milhões, alta de 176% na comparação com o mesmo período de 2021, em função da evolução das vendas, do aumento da margem bruta e da diluição das despesas operacionais.

A margem Ebitda foi de 5,8%, crescimento de 5,9 pontos percentuais (p.p.) em relação ao quarto trimestre de 2021. A margem Ebitda ajustada foi de 6%, alta de 3,4 p.p. na comparação anual. No ano de 2022, a margem Ebitda ajustada foi de 5,7%, superando a marca de R$ 2,1 bilhões.

A receita líquida chegou a R$ 11,2 bilhões, crescimento de 18,8% em relação ao último trimestre de 2021. No ano de 2022, a receita líquida cresceu 5,7% para R$ 37,3 bilhões, em linha com a variação da receita bruta total.

O lucro bruto cresceu 30,6% para R$ 3,1 bilhões. No trimestre, a margem bruta foi de 27,8%, um aumento de 2,5 p.p. comparado ao mesmo período de 2021. Esse Aumento é reflexo do crescimento da receita de serviços, principalmente daqueles relacionados ao marketplace. Além disso, o repasse gradual da inflação de custos e do aumento da taxa de juros para o preço final contribuiu para o aumento da margem bruta de mercadorias. Em 2022, o lucro bruto cresceu 17,5% para R$ 10,4 bilhões, equivalente a uma margem bruta de 28,0%.

As vendas chegaram a R$ 18 bilhões, alta de 16% em relação a igual período do ano anterior. Nos últimos três anos, o crescimento médio anual foi de 26%. No ano de 2022, as vendas totais foram de R$ 60 bilhões, apresentando um crescimento de 8% comparadas a 2021.

O e-commerce atingiu R$13 bilhões em vendas no trimestre, aumentando 16%. O crescimento médio anual do e-commerce do Magalu foi de 44% nos últimos três anos. Em 2022, as vendas do e-commerce totalizaram mais de R$ 43 bilhões, com crescimento de 9% em relação a 2021.

As vendas do marketplace totalizaram cerca de R$ 5 bilhões no trimestre, um crescimento de 12% comparado ao mesmo período do ano anterior, mesmo com a forte base de comparação. No ano de 2022, as vendas do marketplace chegaram a R$ 15 bilhões, crescendo 18% quando comparadas a 2021.

Nas lojas físicas, as vendas foram de R$ 5 bilhões, alta de 15% na comparação com o último trimestre de 2021. No ano, as vendas chegaram a R$ 17 bilhões, com crescimento de 6% ante o ano anterior.

No trimestre, a geração de caixa operacional foi de R$ 2,2 bilhões, influenciada pela evolução no resultado operacional e pala variação do capital de giro, com destaque para a forte redução nos níveis de estoque. O Magalu encerrou o último trimestre de 2022 com uma posição de caixa líquido ajustado de R$ 3,5 bilhões e uma posição de caixa total no valor de R$ 10,6 bilhões, considerando caixa e aplicações financeiras de R$ 2,7 bilhões e recebíveis de cartão de crédito disponíveis de R$ 7,9 bilhões.

O volume total de transações (TPV) foi de R$25,7 bilhões no quarto trimestre de 2022, crescendo 15,2% comparado ao mesmo período de 2021. No ano de 2022, o volume atingiu R$ 90,6 bilhões, alta de 39,4%.

O TPV de Cartão de Crédito foi de R$ 14,5 bilhões, crescendo 14,3% no período. Em 2022, esse TPV alcançou R$ 54 bilhões. As vendas dentro do Magalu para clientes do Cartão Luiza e do Cartão Magalu, reconhecidos pela fidelidade e maior frequência de compra, foram de R$ 8,3 bilhões em 2022, sendo R$ 2,2 bilhões no quarto trimestre de 2022.

O faturamento nos cartões de crédito fora do Magalu cresceu 17,7%, alcançando R$ 12,3 bilhões, totalizando R$ 45,7 bilhões em 2022. A carteira de cartão de crédito alcançou R$ 20,6 bilhões, um aumento de 17,8% em relação ao último trimestre de 2021. No ano de 2022, a base total de cartões de crédito alcançou 7,1 milhões de cartões (-1,4% versus dez/21), incluindo o Cartão Luiza e o Cartão Magalu.

As receitas da intermediação financeira atingiram R$ 677,8 milhões, crescendo 40,3%, influenciadas pelo crescimento do faturamento e da carteira de crédito. Nos 12M22, as receitas da intermediação financeira alcançaram R$ 2,6 bilhões crescendo expressivos 61,1%.

A carteira vencida de 15 dias a 90 dias (NPL 15) representou apenas 3,3% da carteira total em dez/22, uma variação de 0,8 p.p. em relação a dez/21. Vale destacar que, em relação a set/22, o NPL 15 apresentou uma leve melhora de 0,1 p.p. A carteira vencida acima de 90 dias (NPL 90) foi de 10,2% em dez/22, uma variação de 4,6 p.p. em relação a dez/21. Essa variação está relacionada ao processo de normalização dos indicadores de atraso, bem como ao aumento da inflação e da taxa de juros no país.

O resultado bruto da intermediação financeira foi negativo em R$93,5 milhões no e em R$ 352,7 milhões em 2022, influenciados por provisões conservadoras, associadas ao forte crescimento da carteira e do aumento da taxa de juros.