Lula diz que vai retomar obras para que economia brasileira não seja desastre previsto pelo FMI

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Lula e conselho político Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Brasília – A partir da próxima semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai começar a viajar pelo país para anunciar a retomada de obras públicas paralisadas. Lula aposta nessa agenda para alavancar a economia brasileira e desmentir as análises sobre o baixo crescimento do país neste ano.

“Vamos viajar toda semana para muitos estados, para muitas cidades, na perspectiva de que a gente coloque a roda gigante da economia para funcionar”, afirmou Lula. A agenda começa na próxima terça-feira pela Bahia e por Sergipe.

“Se a gente conseguir fazer que todas as obras que estão paradas comecem a funcionar e a gente comece a terminar algumas delas,
a gente pode contribuir para fazer com que a economia brasileira não seja o desastre previsto pelo FMI [Fundo Monetário Internacional] na última avaliação”, completou.

A declaração foi feita na abertura da reunião do conselho político do governo para debater as prioridades do Palácio do Planalto no Congresso Nacional. Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, 16 partidos estão representados na reunião. Da parte do governo, além de Lula e Padilha, estão o vice Geraldo Alckmin e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil).

“A gente vai tentar acabar tudo aquilo que estava começado e ficou parado. A gente não quer saber de quem que é a obra, de que período de governo ela é, queremos saber se a obra é de interesse da cidade ou do estado”, afirmou.

NOVA RELAÇÃO

Para Lula, a reunião marca “uma nova relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo”. Os encontros, segundo o presidente, serão contínuos para “discutir os problemas políticos do país”.

Lula deu a Padilha a missão de articular os projetos e as demandas dos parlamentares, juntamente com os líderes do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), e no Senado Federal, Jaques Wagner (PT-BA).

“Padilha tem a missão, junto com os líderes, tem o compromisso de manter uma relação com vocês muito harmônica, muito sincera e muito verdadeira. A gente não tem que ficar contando história, a gente não tem que ficar protelando as soluções”, afirmou.

“Ou seja, Temos que ser mais precisos porque quanto mais a gente demora para encontrar uma solução seja num acordo simples de uma votação de uma medida provisória ou de um projeto de lei ou de uma emenda constitucional quanto mais tempo passa mais fica caro você aprovar aquelas coisas e fica muito mais crivada entre nós a desarmonia”, completou.

O presidente afirmou que o governo vai conquistar uma ampla maioria no Congresso para aprovar os projetos de interesse do país a partir da negociação política das propostas. “Em tempo de autoritarismo, muitas coisas são aprovadas e depois a gente tem consciência que essas coisas não serviriam ao propósito pelo qual muita gente votou, apostou e acreditou”, disse.

Na fala de abertura, Lula destacou os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, no último dia 8 de janeiro, com invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Para Lula, os atos foram uma tentativa de golpe arquitetado por alguém que disseminava ódio e fake news.