Lucro líquido da São Martinho cresce 96,7% no 2° trimestre de 2024

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Trabalhador rural corta cana em canavial de Arapiraca (AL) Foto: Alexandre Saraiva Carniato / Pexels

São Paulo, SP – A São Martinho divulgou ontem (9) o balanço do segundo trimestre de 2024 (Safra 2023/2024), com lucro líquido de R$ 418 milhões, alta de 96,7% na comparação com o mesmo trimestre de 2023. O lucro caixa somou R$ 400,2 milhões, alta
de 25,8% em relação ao mesmo trimestre de 2023.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado ficou em R$ 654,9 milhões, queda de 16,9% em comparação ao terceiro trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustada recuou 7,11 pontos percentuais, fechando em 42,6%. Os desempenhos no trimestre e no semestre refletem os menores preços e volumes comercializados de etanol, parcialmente compensados pelo resultado da comercialização de açúcar.

A receita líquida foi de R$ 1,536 bilhão, queda de 3% na comparação com o mesmo trimestre de 2023, decorrente dos menores preços e volumes comercializados de etanol, parcialmente compensado pela melhor performance do açúcar com melhores preços e maiores volumes.

Nos seis primeiros meses de 2024, a receita liquida atingiu R$ 2,890 bilhões, queda de 12,2% em relação a igual período da safra anterior devido a dinâmica de preços e volumes que afetaram o trimestre e venda de estoques no primeiro trimestre de 2023. No período
comparativo foram comercializados aproximadamente 113,5 mil m3 de etanol produzidos ao longo de 21/22.

O resultado financeiro totalizou uma despesa de R$ 282,3 milhões no 2T24 (+62,6%vis-à-vis 2T23) e R$ 443,1milhões no acumulado do primeiro semestre (-6,2% vs. 6M23). A evolução do resultado financeiro em 2023/24 é reflexo da marcação a mercado dos derivativos que transformam a parcela da dívida dólar e pré-fixada em indexação ao CDI (SWAP

O valor estimado para o Capex de Manutenção é de R$ 1,943 bilhão, uma
redução de 2,8% em relação ao guidance inicial, reflexo do arrefecimento de preços de insumos agrícolas, utilizados no plantio (renovação) e tratos culturais, no período. O guidance de Capex Total para a safra 23/24 foi revisado para aproximadamente R$ 2,7 bilhões, 10,5% acima do capex divulgado anteriormente.

Em setembro/2023 a Dívida Líquida totalizava aproximadamente R$ 4,4 bilhões, uma expansão de 25,1% frente março/23. A expansão do endividamento líquido da companhia decorre principalmente do maior capital de giro e estoque de milho no período. O índice de Alavancagem equivale a 1,51x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado LTM em 30 de setembro de 202

Nos primeiros 6 meses da safra 23/24, a companhia processou aproximadamente 17,5 milhões de toneladas de cana-de açúcar, um avanço de 4,6%vis-à-vis o 6M23, reflexo da melhora de produtividade no período (TCH apresentou crescimento de 18,7% em relação ao 6M23). A recuperação de produtividade observada provém da normalização das condições climáticas entre outubro de 2022 e setembro de 2023, do manejo agrícola diferenciado e uso de variedades genéticas de maior produtividade e dos investimentos, principalmente em tratos culturais, ocorridos nas safras anteriores

Conforme mencionado no 1T24, em abril de 2023 a São Martinho deu início à comercialização de etanol proveniente do processamento de milho na Unidade Boa Vista (UBV), em Goiás. A operação, ainda em fase de ajustes operacionais, processou 213 mil toneladas de milho no primeiro semestre de 23/24.

Nos 6M24, foram produzidas cerca de 1.129,8 mil toneladas de açúcar (+12,3% vs. 6M23) e 801,3 mil metros cúbicos de etanol (+6,7% vs. 6M23), reflexo da melhor produtividade da matéria prima e mix mais açucareiro no período. O processamento de milho contribuiu com 82 mil m3 deste etanol e adicionais 54,7 mil toneladas de DDGS.

Ao longo da safra 23/24 o canavial gerido pela São Martinho, incluindo terras próprias, arrendadas e de fornecedores (nos quais a companhia realiza as operações de Corte, Carregamento e Transporte), apresentou crescimento de Cana-de-Açúcar disponível de
aproximadamente 15% (vs. Safra 22/23), em virtude dos investimentos realizados nas safras anteriores e técnicas agrícolas diferenciadas. O principal limitante operacional ao longo do período foram os dias úteis de moagem devido ao fenômeno climático El Niño com impacto esperado na região Centro-Sul entre agosto e dezembro/23. Com a combinação de maior disponibilidade de matéria prima e menos dias de colheita, estima-se uma moagem, ao final da safra 23/24, em linha com o guidance (21,5 milhões tons) e contingente de cana-de-açúcar (cana bisada) para safra24/25.

O Custo dos Produtos Vendidos (CPV) Caixa Em milhares de Reais O CPV Caixa registrado no 2T24 somou R$ 763,6 milhões, valor 10,9% superior comparado ao 2T23, reflexo dos
custos adicionais absolutos associados a nova operação de etanol de milho. Considerando somente a operação de Cana-de-Açúcar, a rubrica apresentou redução de 6,9%, em relação ao 2T23, totalizando R$ 574,5 milhões, reflexo da maior representatividade do etanol produzido na Unidade Boa Vista (UBV) no mix de produto comercializado. No acumulado dos seis meses da safra, o CPV Caixa totalizou R$ 1,437,3 bilhão, em linha com igual período do ano passado, decorrente do menor volume comercializado (-15,3% em ATR Vendido) e contração de preço de insumos industriais e diesel.

Nos seis primeiros meses de operação foram processadas cerca de 213 mil toneladas de milho, produzindo aproximadamente 82 mil m3 de etanol e 55 mil toneladas de DDGS dos quais 51,3 mil m3 e 53,3 mil toneladas foram, respectivamente, comercializados no período. A planta de etanol milho adicionou aproximadamente141 mil toneladas de produto (em ATR produzido) e R$ 107,8 milhões de Receita Líquida ao desempenho consolidado da São Martinho.