Lucro líquido da CSN Mineração recua 36,1% no terceiro trimestre, a R$ 514 milhões

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Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, Minas Gerais. Foto: Agência Vale

São Paulo – A CSN Mineração divulgou ontem o balanço do terceiro trimestre de 2022. O lucro líquido foi de R$ 514 milhões, queda de 36,1% frente os R$ 804 bilhões registrados na comparação com o mesmo período de 2021.

A receita líquida totalizou R$ 2,5 bilhões, 3% inferior à registrada no trimestre passado, ainda como resultado de uma menor realização de preço que acabou por compensar o maior volume de vendas apresentado no período. A receita líquida unitária foi de US$ 52,78 por tonelada úmida, o que representa uma diminuição de 25,8% contra o segundo trimestre de 2022. A projeção de volume de produção e compras de minérios de terceiros foi ajustada para 34.000 Kton em 2022.

O lucro bruto foi de R$ 731 milhões, 2,7% inferior ao registrado no segundo trimestre de 2022 e com uma margem bruta de 29,1%, idêntica à verificada no trimestre anterior. Esse resultado é consequência da diminuição do preço do minério de ferro no período que acabou por compensar o aumento do volume de vendas e redução de custos.

O EBITDA Ajustado atingiu R$ 926,1 milhões, com margem EBITDA trimestral de 36,9% ou 1,8 p.p. superior à registrada no segundo trimestre de 2022. Esse aumento de rentabilidade é resultado direto da redução de custos e aumento de volume. Outro fator de suporte no resultado foi a queda no custo de frete. A margem Ebitda ajustado ficou em 36,9%, 4,2 pontos porcentuais abaixo do registrado um ano antes.

O resultado financeiro foi positivo em R$ 63,1 milhões, impactado pelo provisionamento de despesas financeiras e pelo efeito da variação cambial verificado no trimestre.

O custo dos produtos vendidos da mineração totalizou R$ 1,7 bilhão, uma diminuição de 3,1% frente ao trimestre anterior, como resultado do melhor mix de produtos, dos menores custos de transportes ferroviários e portuários, além da redução na demurrage.

O Fluxo de Caixa Ajustado foi positivo em R$ 522 milhões, suportado pelas melhoras operacionais de redução de custo e aumento de volume, assim como pela redução do capital de giro.

A companhia possuía um caixa de R$ 9,7 bilhões e um caixa líquido de R$ 1,2 bilhão, o que corresponde a uma elevação de aproximadamente R$ 550 milhões em relação ao trimestre anterior, como consequência, principalmente, da geração de caixa observada no período. Por sua vez, o indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/EBITDA ficou em -0,23x.

A CSN Mineração investiu R$ 296 milhões, especialmente em sobressalentes, projetos da P-15 e filtragem de rejeitos. Neste trimestre, verificou-se uma diminuição no ritmo de investimentos em razão do atraso na entrega de pedidos para os projetos de expansão, efeito este que deve ser revertido no início de 2023.

A produção de minério de ferro somou 9.611 mil toneladas, o que representa um aumento de 15,8% em relação ao segundo trimestre de 2022, como resultado do aumento na performance dos projetos integrados à Planta Central e do menor volume pluviométrico, que permitiu uma melhora da produção e eficiência nas minas.

O volume de vendas atingiu 9.095 mil toneladas, um desempenho 20,1% superior ao trimestre anterior como consequência do maior volume produzido e do período mais seco observado ao longo do trimestre, possibilitando um aumento nos embarques portuários. Para contextualizar essa performance, o volume de vendas para o mercado externo foi 19% superior ao do trimestre passado.

PROJEÇÃO

A CSN Mineração atualizou a sua projeção de volume de produção e compras de minérios de terceiros em 2022 para 34 milhões de toneladas. A projeção anterior era de 36 a 38 milhões, o que implica em uma produção de 9,6 milhões de toneladas para o quarto trimestre deste ano.

Com Cynara Escobar / Agência CMA.